Sindicato dos Metalúrgicos prepara festa para receber Lula em São Bernardo
Resumo da notícia
- Ex-presidente foi solto na ontem após ficar 580 dias na carceragem da PF
- Petista é esperado nesta manhã em São Bernardo do Campo
- Berço político de Lula, cidade abriga a sede do Sindicato dos Metalúrgicos
- No local, cerca de 300 voluntários preparam homenagem para Lula
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou sua carreira política, vai receber hoje o político, que deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba nesta sexta, em clima de festa, com música e um caminhão de som.
O presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, divulgou um vídeo convocando a categoria para receber o petista a partir das 10h deste sábado na sede da entidade, em São Bernardo do Campo (Grande SP), cidade em que o ex-presidente vivia antes de ser preso.
O sindicato, que normalmente fecha às 18h, ainda estava bem movimentado às 20h de ontem, quando a reportagem chegou ao local. A equipe envolvida com a organização decidiu jantar no local e recebeu algumas pizzas para a refeição.
A informação, não oficial, no sindicato é a de que Lula sairá de Curitiba às 10h e que viria direto para a sede, localizada no centro de São Bernardo do Campo.
Ontem, em seu primeiro pronunciamento em liberdade, Lula agradeceu a militância que permaneceu em Curitiba durante os quase 19 meses em que ele esteve detido. O ex-presidente também atacou o ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
300 voluntários
Segundo Mauro Brito, um dos organizadores dos voluntários que estão cuidando da segurança e infraestrutura da festa para Lula, 300 pessoas estão mobilizadas para a recepção ao ex-presidente.
Entre eles, vários deveriam passar a noite no sindicato recebendo caravanas do interior de São Paulo e de outros estados. A expectativa é que, além de metalúrgicos, participem como voluntários outras categorias profissionais, como servidores públicos de São Bernardo e Santo André, químicos e costureiras.
Serão utilizados para o evento o saguão, a entrada principal do local, onde ficará o carro de som, além do terceiro e quarto andares. O segundo andar será reservado aos políticos e à diretoria do sindicato.
"O clima é completamente diferente da outra vez [quando o presidente deixou o local para se entregar à polícia]. O êxtase está dominando as pessoas, inclusive precisa conter um pouco essa animação para que tudo possa correr bem", afirmou Brito.
Parte desses voluntários estará envolvida com a segurança do evento, mas não foi informado quantos deles estarão mobilizados para isso.
'Vermelho' vira hit no Bar da Rosa
No Bar da Rosa, a um quarteirão do sindicato, local onde foi fundado o PT, o clima era de festa, com militantes comemorando dançando e cantando o hit "Vermelho", do Boi Garantido, do festival folclórico de Parintins (AM).
Segundo dona Rosa, o bar não tinha hora para fechar e ficaria aberto até o último cliente. Em torno do sindicato carros passavam tocando jingles de diferentes campanhas do PT.
"Vivo para o PT"
A aposentada Malvina Joana de Lima, 67, passou a noite no sindicato a espera de Lula. "Eu vivo para o PT", disse ela, que foi assessora parlamentar de Marta Suplicy no Senado.
Ela conta que passou um ano no acampamento em Curitiba e voltou em agosto para São Paulo. "Cismei que esperaria o Lula aqui."
Ela diz ter feito três festas de aniversário para o ex-presidente: uma na avenida Paulista no dia 6 de outubro (dia em que ele nasceu), uma em Curitiba no dia 27 (dia em que ele foi registrado) e outra no dia 29, no Instituto Lula.
Carioca, Malvina foi abandonada quando criança. "Nasci no Hospital da Barra e minha mãe me deixou com 20 dias de vida na roda dos enjeitados, em Botafogo. Ela morreu, mas já localizei parentes dela. Só vou conhecê-los depois que acabar essa fase. Primeiro o Lula", disse.
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