Bolsonaro confirma exoneração de Alvim e chama discurso de "infeliz"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou hoje a exoneração do secretário de cultura Roberto Alvim após um pronunciamento que parafraseia um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista.
Em nota oficial, Bolsonaro definiu o pronunciamento como "infeliz" e afirmou repúdio às ideologias totalitárias.
"Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência. Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas", disse o presidente.
Bolsonaro também manifestou apoio irrestrito à comunidade judaica.
"Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum", afirmou.
Veja a nota:
- Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência.
- Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas.
- Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum.
>Presidente Jair Bolsonaro
Críticas
Na manhã de hoje, Alvim recebeu críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que pediu no Twitter que o governo brasileiro o afaste imediatamente do cargo.
"O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo", escreveu.
Também na manhã de hoje, Alvim foi criticado por Olavo de Carvalho, que escreveu, no Facebook, que o secretário "não está muito bem da cabeça".
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) disse, no Twitter, que o partido pedirá o indiciamento de Alvim pelo crime de apologia ao nazismo.
"Coincidência retórica"
Depois das críticas, o secretário foi ao Facebook se explicar.
O que aconteceu, segundo afirmou o secretário, foi uma "coincidência retórica". Ele disse que "não há nada de errado com a frase" e que a esquerda está "tentando desacreditar" a iniciativa.
"O que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota", escreveu. "Com uma coincidência retórica em uma frase sobre nacionalismo em arte estão tentando desacreditar todo o Prêmio Nacional das Artes [programa anunciado na ocasião], que vai redefinir a Cultura brasileira".
Ele reforçou: "Eu não citei ninguém. O trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro. Não há nada de errado com a frase. Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira. Não o citei e jamais o faria, mas a frase em si é perfeita".
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