Caso Cid Gomes: Manifestantes fogem, e Choque ocupa batalhão da PM
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) informou hoje à noite que os manifestantes que ocupavam o 3º Batalhão de Polícia Militar, em Sobral, onde o senador Cid Gomes (PDT) foi baleado, acabaram fugindo enquanto o Choque se preparava para retomar o quartel.
Em nota, as autoridades ainda declararam que equipes do Comando Tático Rural (Cotar) do Choque já ocuparam o batalhão e que o Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Sobral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) está investigando o crime contra o senador, que é irmão do ex-candidato à Presidente Ciro Gomes (PDT).
"A Polícia Federal (PF) atua em conjunto com a Polícia Civil [no caso]. Uma equipe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da PF, composta por agentes, peritos e papiloscopistas, está no município", informou a SSPDS.
O senador Cid Gomes, 56, foi baleado hoje à tarde em Sobral, no interior do Ceará, em meio a um protesto de policiais militares. O senador pilotava uma retroescavadeira e tentava furar o bloqueio de policiais que reivindicam aumento salarial.
Ele levou dois tiros: um entrou na clavícula e saiu, e outro o atingiu no pulmão esquerdo. A assessoria do senador afirmou que os disparos partiram de arma de fogo. Informações preliminares, desmentidas, falavam em tiros de borracha.
Ato contra motim policial
Antes de ser baleado, o senador empurrou com uma retroescavadeira uma grade contra manifestantes, muitos deles encapuzados. A cena foi transmitida nas redes sociais. Pouco tempo depois, disparos são ouvidos.
Cid havia ido a Sobral, sua cidade natal, para se opor à manifestação de policiais.
"Eu, como cidadão, estou saindo agora para Sobral, que é a minha terra, onde estou vendo cenas deploráveis, queria pedir a cada cidadão sobralense do bem, que está indignado com essa situação, para me esperar no aeroporto. Vamos definir coletivamente uma estratégia para dar paz para a cidade de Sobral. É o que posso fazer no momento", afirmou horas antes do episódio em vídeo divulgado em suas redes sociais.
O senador se referia ao quartel da cidade e a quartéis de outros municípios do interior, que estão com viaturas paradas e com pneus esvaziados por conta da negociação e ameaça de greve dos policiais militares do estado.
Cid é aliado do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), a quem apoiou nas eleições de 2014 e 2018. O irmão de Cid, Ivo (PDT), é prefeito de Sobral.
Negociações salariais motivaram protestos
O Ceará vive uma crise de segurança pública em meio às negociações salariais entre policiais e bombeiros militares e o governo do estado.
No início de dezembro, um protesto foi organizado na Assembleia Legislativa do Ceará para pleitear aumentos salariais. O governo apresentou diversas propostas que foram rejeitadas pela classe.
No último dia 13, o secretário-chefe da Casa Civil, Helcio Batista, anunciou acordo com agentes de segurança após aprovação de salário-base de um soldado de R$ 4,5 mil, com aumento progressivo até 2022.
Ontem, essa proposta foi enviada para a Assembleia Legislativa do Ceará para debate e votação dos parlamentares.
Apesar do anúncio de acordo, grupos passaram a promover protestos em diversos pontos do estado. Na manhã de hoje, mulheres de policiais militares fecharam o 12º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Caucaia (CE), na região metropolitana de Fortaleza, e impediram a saída dos policiais que terminaram o plantão.
Além disso, comerciantes do centro do município de Sobral (CE) fecharam as portas das lojas na tarde de hoje depois que supostos grupos de policiais militares passaram ordenando que o expediente fosse encerrado.
O fato foi comunicado à Polícia Civil, que saiu às ruas para tranquilizar a população e as lojas voltaram a abrir as portas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram moradores assustados com a situação. Em outro, um comboio da Polícia Militar aparece em uma rua com todas as lojas fechadas.
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