Demissão de Moro: imprensa internacional destaca 'tumulto' no governo
A saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, anunciada hoje em pronunciamento do próprio ex-ministro, repercutiu na imprensa internacional. Veículos de vários países destacaram as consequências econômicas da saída de Moro, e muitos citaram "tumulto" no governo de Jair Bolsonaro.
O The New York Times, dos EUA, destacou o caráter de "protesto" do pedido de demissão de Moro, que deixou o cargo após Bolsonaro exonerar Mauricio Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal.
No discurso, o ex-ministro citou a importância da autonomia da PF, chegando a reconhecer a independência que o órgão teve nos governos do PT.
O El País, da Espanha, culpou a saída de Moro em "ingerências" de Bolsonaro, e avaliou que este é um "duro golpe no já debilitado presidente do Brasil".
O La Nación, da Argentina, seguiu a mesma linha, destacando que este é um "golpe pelas costas" contra Bolsonaro, e destacando "acusações" feitas por Moro no discurso.
Tanto parlamentares quanto juristas ouvidos pela reportagem do UOL opinaram que, ao discursar sobre sua saída do governo, Moro indicou crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente.
Economia e protestos
Outro destaque na cobertura internacional foram os efeitos adversos da demissão de Moro na economia brasileira. A agência de notícias Reuters, do Reino Unido, apontou queda de 9% na Bolsa de Valores e recorde negativo da valorização do real.
O Clarín, da Argentina, fez os mesmos destaques quanto à economia. Na página inicial do jornal, Moro é caracterizado como "um símbolo da Lava Jato".
Enquanto isso, o The Guardian, do Reino Unido, relatou o começo de protestos poucos minutos depois do anúncio de Moro.
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