Bolsonaro cita exército de desempregados e pergunta: "O caos se aproxima?"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou aquilo que ele definiu como "exército de desempregados" em post publicado nas redes sociais, na tarde de hoje, e questionou internautas se o caos estaria próximo.
"O exército de desempregados cada vez aumenta mais. O caos se aproxima?", perguntou ele.
Em resposta, alguns seguidores do presidente lembraram que o Brasil bateu ontem um novo recorde de mortes confirmadas da covid-19 em 24 horas, com 751 óbitos, e afirmaram que o "caos já estaria instalado" no país.
"O exército de mortos cada vez aumenta mais. O caos se aproxima?", disse um deles, fazendo trocadilho com a pergunta de Bolsonaro. "Ele [ o presidente] fala como se fosse alguém livre de responsabilidade sobre o que está acontecendo. Continua sendo o falador de antes da eleição em vez de tomar as rédias do governo", contestou outro.
Sempre crítico à quarentena como medida de contenção do novo coronavírus, Bolsonaro tem defendido a retomada da normalidade (como a reabertura do comércio) no país, na contramão das orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e dos alertas quanto à gravidade da pandemia.
Segundo um estudo feito nos Estados Unidos e na Alemanha, o fim do isolamento não impediria a recessão econômica. Para os pesquisadores, o confinamento de fato aumenta o impacto na recessão econômica, mas tem o potencial de evitar 500 mil mortes só nos Estados Unidos.
Brasil se aproxima da marca de 10 mil mortos
Após chegar a 145.328 casos oficiais e 9.897 óbitos por covid-19 ontem (8), o Brasil deverá superar a marca de 10 mil mortes oficialmente atribuídas à doença neste sábado (9), dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que realizaria um churrasco.
Os óbitos pela doença causada pelo coronavírus subiram um patamar no Brasil nos últimos três dias, chegando a 751 mortes registradas ontem. É o novo recorde de vítimas fatais contabilizadas em 24 horas: haviam sido entre 600 e 615 da terça à quinta-feira. E o número de vítimas é ainda maior, dados a defasagem na atualização dos dados e a subnotificação.
Mesmo assim, Bolsonaro debochou da pandemia em dois dias seguidos desta semana. Na quinta-feira (7), em entrevista coletiva, o presidente falou em um churrasco no Palácio da Alvorada e estimou os convidados em cerca de 30 pessoas. "Vamos bater um papo, quem sabe uma peladinha", disse na ocasião.
Ontem, Bolsonaro insistiu no assunto, em uma espécie de convocatória a seus apoiadores. "Vou chamar uns 1.300 convidados, mas quem tiver amanhã aqui, se tiver mil, a gente bota para dentro", falou rindo. Hoje, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente desistiu de fazer o churrasco depois da repercussão negativa.
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