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Salles cita plano inativo e diz que desmatamento ilegal acabaria em 2 anos

Do UOL, em São Paulo

25/05/2020 19h19Atualizada em 25/05/2020 21h25

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, previu hoje, em entrevista ao UOL, que o desmatamento ilegal poderia acabar em dois anos. Para fazer esta previsão, porém, ele colocou uma série de entraves que, na visão de Salles, fazem com que essas medidas não sejam posta em prática.

Nossa expectativa era de que iniciadas essas medidas de maneira contundente, para atacar as causas do desmatamento, em dois anos já não teremos mais desmatamento ilegal na Amazônia.

O ministro porém, mesmo fazendo esta previsão, coloca uma série do que ele vê como entraves para colocar em prática o plano que, então, levaria o desmatamento ilegal a um fim. Perguntado sobre o que amarra seu ministério de agir, elencou:

A partir de quando? A partir de quando a gente tiver marco regulatório adequado para a regularização fundiária, o dinheiro dos créditos de carbono para o pagamento de serviços ambientais, quando a gente puder fazer o zoneamento econômico ecológico, em vez de ele ser atacado diuturnamente por entidades em todos os estados da Amazônia, quando a gente tiver a agenda da bioeconomia funcionando, atraindo capital privado ao invés de expeli-lo para fora da Amazônia. Quando a gente tiver tudo isso, a gente tem uma expectativa bastante positiva para resolver esse problema.

Pelo Twitter, o Greenpeace Brasil respondeu aos comentários feitos pelo ministro sobre a composição do Conselho da Amazônia. "Conselho da Amazônia: Os governadores, indígenas e a sociedade civil não fazem parte da sua composição. Ele é apenas uma tentativa de minimizar o impacto negativo da gestão do ministro Ricardo Salles", diz o post.

Não é um Conselho que muda o governo. É o governo que precisa mudar sua prática cotidiana de discursar contra aqueles que defendem a floresta, e de enfraquecer os órgãos de proteção e a legislação ambiental.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O texto referente a este trecho da entrevista do ministro Ricardo Salles ao UOL continha erro ao relacionar o Conselho da Amazônia entre os entraves colocados por Salles para uma ação contra o desmatamento ilegal. O ministro se referia a uma série de articulações, mencionadas na nova versão do texto, que foi corrigido.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.