Bolsonaro chama Alcolumbre ao Planalto em meio à pressão por pacificação
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para conversa no Palácio do Planalto hoje à tarde em meio à pressão por uma pacificação entre o Executivo e o Legislativo de ambos os lados.
Nos últimos meses, Bolsonaro têm participado de manifestações com pedidos de fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal). Os atos têm causado apreensão entre os parlamentares, que cobraram de Alcolumbre e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), posicionamentos mais enérgicos.
Na terça-feira (26), Maia discursou no plenário da Câmara pedindo a "pacificação dos espíritos" e respeito à independência dos Três Poderes. Alcolumbre têm buscado "apagar os incêndios" nos bastidores, nas palavras de um aliado, junto aos líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), mas vinha sendo cobrado por um gesto mais firme em público pelos senadores.
Segundo apurou o UOL, Alcolumbre disse a Bolsonaro que não estava lá para apontar erros, mas julgou a conversa importante para que o país não entre em uma crise institucional mais grave. Eles discutiam um encontro desde a semana passada. Em busca de acalmar os ânimos, Alcolumbre afirmou que houve excessos de todos os lados e que o Congresso está disposto a trabalhar junto ao governo para soluções a questões sanitárias e econômicas durante a pandemia.
No Senado, Alcolumbre ainda é cobrado para definir a data do depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que se explique sobre declarações contra ministros do Supremo. Requerimento de convocação foi aprovado pelo plenário da Casa na última segunda-feira (25).
Com a abertura de inquérito pelo STF (Supremo Tribunal Federal), revelação do conteúdo de reunião ministerial e investigação de bolsonaristas por fake news, Jair Bolsonaro elevou o tom de críticas a decisões judiciais, o que causa instabilidade política.
Pela manhã, Bolsonaro xingou, disse que tudo tem limite e que "ontem foi o último dia". "Peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar mais poderosas que outros que se coloquem no seu devido lugar, que respeitamos. E dizer mais: não podemos falar em democracia sem Judiciário independente, Legislativo independente para que possam tomar decisões. Não monocraticamente, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra!", gritou.
Ao mesmo tempo que os presidentes da Câmara e do Senado são pressionados, Bolsonaro se vê com a popularidade diminuindo e tendo de contar com o apoio do Congresso para aprovar medidas de seu interesse. Por isso, as conversas mais estreitas com partidos sem ideologia clara em troca de cargos na administração pública.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje, 43% dos brasileiros consideram o presidente Bolsonaro como "ruim/péssimo", 33% como "ótimo/bom" e 22% como "regular". O patamar dos que consideram ele "ótimo/bom" se manteve em comparação a levantamento de 27 de abril, mas os que o reprovam cresceu desde então. Na época, eram 38%.
A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais e foi realizada na segunda e na terça. Foram ouvidos 2.069 adultos.
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