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DEM expulsa Sara Winter e condena ataques às instituições e à democracia

Ativista foi expulsa do Democratas por descumprir "deveres éticos" do partido - reprodução/Instagram
Ativista foi expulsa do Democratas por descumprir "deveres éticos" do partido Imagem: reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

02/06/2020 11h54Atualizada em 02/06/2020 15h21

O Democratas (DEM) decidiu hoje expulsar a ativista Sara Winter do partido após as recentes ameaças feitas por ela ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Sara disse que ia "infernizar" a vida do magistrado por ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão na semana passada, como parte do inquérito das fake news, relatado pelo ministro na corte.

Além da declaração, Sara liderou um protesto no último sábado (30) em Brasília do grupo Bolsonarista autodenominado "300 do Brasil". A manifestação foi em frente ao STF. Ontem, a ativista recebeu uma intimação da Polícia Federal para depor no inquérito das fake news e causou polêmica ao afirmar que não atenderia à convocação.

Em nota sobre a expulsão assinada pelo presidente do partido, ACM Neto, o Democratas disse que Sara descumpriu seus "deveres éticos" previstos no estatuto da legenda. O DEM também deixou claro que "repudia, de forma veemente, quaisquer atos de violência ou atentatórios ao Estado de Direito, ao regime democrático e às instituições brasileiras".

Por outro lado, a ativista retrucou o partido nas redes sociais. "Como que eu fui expulsa do DEM se eu me filiei ao Aliança [pelo Brasil]?", questionou Sara.

Vale ressaltar que o partido não foi fundado oficialmente, já que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores não conseguiram validar as assinaturas necessárias em abril a tempo de disputar as eleições municipais deste ano. Segundo o site oficial do partido, apenas quando registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá proceder com filiações nos estados.

Apesar de o protesto do último domingo ter reunido poucas dezenas de pessoas, Sara prometeu que investigaria a vida de Moraes como forma de retaliação à atuação do ministro.

"A gente vai infernizar a tua vida. A gente vai descobrir os lugares que você frequenta. A gente vai descobrir as empregadas domésticas que trabalham para o senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida", disse a ativista.

As ações do grupo "300 do Brasil" já foram alvo de manifestação do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios). O órgão entrou com uma ação civil pública na Justiça pedindo o fim do seu acampamento em Brasília e classificou o grupo como uma "milícia armada", citando nominalmente Sara Winter.

Em entrevista à BBC News Brasil, a ativista já havia admitido a presença de armas no acampamento e disse que elas eram para a "proteção" de seus membros e que nada tinham a ver com a militância.

Pelo DEM, Sara disputou o cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro nas últimas eleições. A sua saída era defendida por expoentes do partido como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.