Senador da oposição pede prisão e afastamento de Weintraub ao STF
O líder da minoria no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu hoje (15) a prisão e o afastamento do cargo do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao STF (Supremo Tribunal Federal).
A petição foi protocolada no âmbito do inquérito que investiga a disseminação de informações falsas e ameaças a membros da corte, sendo direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Além de pedir a prisão temporária ou preventiva e a determinação de saída do cargo, Randolfe quer ainda que Weintraub preste depoimento, tenha celulares e computadores pessoais e funcionais apreendidos, e tenha a quebra de sigilo de dados decretada.
O pedido acontece após Weintraub desconsiderar a determinação para que não houvesse atos na Esplanada dos Ministérios ontem e cumprimentar cerca de 20 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no local. Hoje ele foi multado pelo governo do Distrito Federal por não ter usado máscara contra o coronavírus, conforme determina decreto distrital.
A um homem que se identificou como "da força rural do país" que reclamou que "paga a conta" dos bons policiais e funcionários públicos, mas que está revoltado pagando a conta "daqueles corruptos que estão estragando o país", Weintraub respondeu: "Já falei qual a minha opinião o que eu faria com aqueles", disse.
A fala foi interpretada por parcela da classe política como uma reafirmação de declaração dada em reunião ministerial do dia 22 de abril. Na ocasião, Weintraub disse que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".
Weintraub já prestou depoimento à Polícia Federal sobre a declaração na reunião ministerial e também é investigado no Supremo por suposta publicação racista contra chineses no Twitter, já apagada.
Para Randolfe, "tais demonstrações graves de descaso pela democracia, pela diversidade, pelos Poderes Constitucionais não merecem prosperar, sendo necessária a atuação dos órgãos de controle".
Segundo o senador, o ministro da Educação cometeu crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, como incitar a subversão da ordem política ou social e a animosidade entre as Forças Armadas, classes sociais ou instituições civis, entre outros.
"As falas reiteradas de um dos principais ministros do governo de Jair Bolsonaro são inaceitáveis e anacrônicas. Não se pode permitir, de forma alguma, qualquer tipo de ameaça contra a democracia e contra minorias. O ministro precisa se compor e aceitar que está sob a égide do Estado Democrático de Direito. Não há espaço para ameaças às instituições e à Constituição Federal", escreveu na petição.
A demissão do ministro está em discussão no governo. Hoje à tarde, Weintraub se encontrou com Bolsonaro no Palácio do Planalto, mas nenhuma mudança havia sido anunciada até a última atualização desta reportagem.
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