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Deputado diz que pedirá apreensão do passaporte de Weintraub: 'Pode fugir'

Abraham Weintraub deixou ontem o governo - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Abraham Weintraub deixou ontem o governo Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

19/06/2020 10h31

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou que vai pedir a apreensão do passaporte do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que deixou o cargo ontem. Ele se despediu da pasta com um vídeo ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e foi indicado para um cargo de diretor do Banco Mundial em Washington (Estados Unidos), com um salário de aproximadamente R$ 115 mil por mês. A indicação depende da aprovação de outros integrantes da instituição.

Correia diz que o agora ex-ministro pode fugir do Brasil. O próprio Weintraub afirmou querer deixar o país, em um tuíte postado hoje: "Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). Não quero brigar! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!".

O deputado petista alegou que, pelo fato de o banco ter sede nos Estados Unidos, o ministro pode tentar se esquivar de responder processos que estão pendentes na Justiça. "Tenho comigo que ele pode vir a querer fugir do Brasil. Ele tentou habeas corpus no Supremo Tribunal Federal e não conseguiu. E agora está dizendo que o Bolsonaro vai lhe dar um cargo no Banco Mundial, que tem sede em Washington, embora tenho funcionamento aqui", disse Correia, em entrevista à Radio Itatiaia.

"Ele pode muito bem, a pretexto do serviço que prestar, fugir do Brasil com os crimes que ele está cometendo. A prisão dele é uma possibilidade real, depois que ele disse que iria prender ministros do Supremo e chamou os ministros duas vezes de vagabundos", argumentou o deputado, lembrando as investigações que citam o ex-ministro.

As investigações

A primeira destas investigações nasceu de uma declaração de Weintraub, feita em 22 de abril, durante uma reunião ministerial que depois viraria prova em um inquérito que apura fake news. "Por mim botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", disse ele na ocasião.

Ao depor sobre o caso à PF, o ministro foi menos eloquente e ficou em silêncio.

O segundo inquérito é sobre uma publicação feita por Weintraub nas redes sociais. No início de abril, ele publicou uma imagem do gibi da Turma da Mônica em referência à China e, ao escrever sobre o coronavírus, trocou a letra R pelo L ao estilo do personagem Cebolinha. Em depoimento à PF, o ministro alegou ter usado "elementos de humor".

Weintraub ficou cerca de um ano e dois meses à frente da Educação. No período em que comandou a pasta, acumulou erros, polêmicas e questionamentos a respeito de sua gestão.