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Janaina: Caso Queiroz é 'chocante' e entorno de Bolsonaro lembra o do PT

11.fev.2020 - A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) em discurso na tribuna da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) - Maurício Garcia de Souza/Alesp
11.fev.2020 - A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) em discurso na tribuna da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) Imagem: Maurício Garcia de Souza/Alesp

Do UOL, em São Paulo

19/06/2020 18h40Atualizada em 19/06/2020 19h26

Apoiadora de Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2018, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) disse hoje que o caso de Fabrício Queiroz, encontrado ontem em Atibaia, no interior de São Paulo, é "chocante", especialmente porque o advogado Frederick Wassef, dono da casa, dizia não saber o paradeiro do ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

"É algo chocante porque você pensa: 'de quem foi essa ideia [de 'esconder' Queiroz na casa de Wassef]?'. A gente fica sem entender se foi uma iniciativa do advogado, se alguém solicitou", afirmou Paschoal, em entrevista à CNN Brasil.

Segundo a deputada, o fato de Wassef ter abrigado Queiroz aproxima o caso do presidente Bolsonaro e de seu filho Flávio, ambos clientes do advogado. "Esse senhor [Wassef] frequenta o Palácio [do Planalto]. Quem olha de fora tem a sensação de que o doutor tem alguma intimidade. De certa forma, o fato traz o caso para perto do presidente. Acho uma ideia tão ruim que tomei um choque", disse.

A deputada também questionou o fato de Wassef ter dado entrevistas — inclusive ao UOL — dizendo que não sabia onde estava Queiroz e que o ex-assessor "poderia aparecer". Segundo declaração de seu caseiro, porém, Queiroz estava na casa do advogado em Atibaia há meses.

Paschoal ainda comparou o caso Queiroz e os acontecimentos no entorno de Bolsonaro com a "época do PT". "Lembra da época do PT, quando os aloprados do PT faziam dossiês. Tem coisas que acontecem em volta do governo que me lembram muito", disse.

'Cai quem tiver que cair'

Para a ex-aliada do governo, quanto mais rápido Wassef falar e Flávio Bolsonaro aparecer, melhor para a investigação. Ela citou a possibilidade de o senador negociar uma colaboração premiada com o MPF (Ministério Público Federal), por exemplo, e entregar "tudo o que acontecia naquela Alerj" (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

"O que será dessa história? Será que tem algo a mais?", questionou.

"De repente o senador poderia avaliar uma colaboração premiada com o MPF, fazer uma colaboração e entregar tudo o que acontecia naquela Alerj. Cai quem tiver que cair. Esses mistérios, a situação desse homem, vai gerando uma instabilidade que prejudica o País. E o presidente prometeu que iria colocar o País acima de tudo", lembrou.

Prisão de Queiroz

Queiroz foi localizado e preso em um imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, que anteontem esteve na posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), cerimônia que também contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

A prisão de Queiroz é preventiva, ou seja, sem prazo para acabar. No local, policiais também apreenderam objetos como celulares, cartão de crédito e notas de reais.

A mulher de Fabrício Queiroz também teve prisão autorizada, mas não foi localizada até o momento e, portanto, é considerada foragida.