Alvo do STF, dono da Smart Fit diz que ação de Bolsonaro não o representa
O empresário Edgard Corona, fundador da rede de academias Smart Fit, declarou hoje à noite que apenas seu advogado pode representá-lo no caso do inquérito das fake news que corre no STF (Supremo Tribunal Federal). A afirmativa ocorreu um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ingressar com uma ação na corte para reverter a decisão de suspender contas de seus apoiadores em redes sociais.
"Tendo em vista o noticiário recente envolvendo reações a medidas adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no curso do inquérito 4781, informo que a única pessoa autorizada a me representar perante o Supremo Tribunal Federal é o advogado Celso Vilardi", afirmou Corona em nota.
Corona teve contas em redes como Twitter e Facebook suspensas na sexta-feira (24) por determinação do ministro Alexandre de Moraes. No dia 22, o magistrado expediu nova decisão de suspensão dos perfis e impondo multa de R$ 20 mil por perfil indicado e não bloqueado pelas plataformas.
Além do dono da Smart Fit, tiveram contas suspensas o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), Sara Giromini (conhecida como Sara Winter), o blogueiro Allan dos Santos e o empresários Luciano Hang, das lojas Havan. Todos são alvos do inquérito das fake news, que investiga ameaças e disseminação de notícias falsas contra integrantes do STF nas redes sociais.
Investigado, Corona integrava grupo de empresários
O dono da rede de academias integrava um grupo de empresários denominado "Brasil 200 Empresarial" e criado em 2018 para tentar resgatar o antigo imposto CPMF. Além disso, todos eram contrários ao projeto de reforma tributária defendido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Em fevereiro, uma mensagem de Corona teria sido enviada ao grupo pedindo dinheiro para tentar impulsionar vídeos de ataque à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45, que é a respeito da reforma tributária. O grupo também tem como membros o dono da Riachuelo, Flávio Rocha, e Hang, da Havan.
Polêmica
O inquérito é um dos principais pontos de tensão entre o Palácio do Planalto e a Suprema Corte, alvo de polêmica e discórdia entre juízes a respeito de sua legalidade.
Em junho, oito ministros votaram pela rejeição de ação movida pela Rede Sustentabilidade contestando o direito de o próprio presidente do STF, Dias Toffoli, ter aberto essa investigação e ter repassado para o ministro Alexandre de Moraes conduzi-la, com base no regimento interno.
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