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Com Biden, Feliciano diz que Brasil precisa mudar política externa

Marco Feliciano ao lado do presidente Jair Bolsonaro; deputado federal efende mudança na política externa brasileira - Evaristo Sá/AFP
Marco Feliciano ao lado do presidente Jair Bolsonaro; deputado federal efende mudança na política externa brasileira Imagem: Evaristo Sá/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/01/2021 15h13

O deputado federal Marco Feliciano (Republicanos) defendeu hoje uma mudança na política externa brasileira citando a China, após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O parlamentar é vice-líder do governo no Congresso Nacional.

"Nós, conservadores, temos a característica de sermos essencialmente realistas. E, queiramos ou não, com a posse de Biden hoje à frente da maior potência mundial, o jogo todo muda. Jogo novo requer estratégia nova. A antiga não serve mais", afirmou. "Entendo que quanto mais tempo demoramos para mudar nosso posicionamento no plano internacional, pior será".

O governo federal sofre pressão devido à forma como conduziu a relação com a China, com muitas críticas ao chanceler Ernesto Araújo, que ganharam força com os atrasos na importação das vacinas contra a covid-19 e de insumos para a produção vindos da China e da Índia.

"A hora é de total pragmatismo nas relações internacionais. Já dizia o imperador Vespasiano que dinheiro não tem cheiro. E a China tem interesses geopolíticos de primeira ordem no Brasil. Somos a 8ª economia do mundo e a garantia da segurança alimentar chinesa. Está na hora de, com tranquilidade e soberania, realinharmos tudo isso com os chineses", completou Feliciano.

O deputado ainda declarou ter "convicção que o ministro Ernesto compreende tudo isso e, como grande patriota e diplomata que é, tomará as medidas necessárias para o melhor do povo brasileiro".

A CoronaVac, feita em parceria do Instituto Butantan e do laboratório chinês Sinovac, e as 2 milhões de doses prontas na Índia da vacina de Oxford/AstraZeneca já foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial no Brasil. No entando, a sua fabricação aqui depende de insumos vindos da China.

Ontem, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que vai receber os insumos da fábrica chinesa da AstraZeneca, confirmou que as substâncias chegarão atrasadas e por isso a produção só ficará pronta em março.