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"Novo topa tudo por dinheiro", diz candidato Kajuru sobre eleição no Senado

1º.fev.2019 - O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) - Geraldo Magela/Agência Senado
1º.fev.2019 - O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Natália Lázaro

Colaboração para o UOL, em Brasília

22/01/2021 18h59Atualizada em 22/01/2021 18h59

O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) classificou hoje a corrida pela presidência do Senado Federal como o "novo programa topa tudo por dinheiro", numa referência a trocas de cargos e traições de partidos no apoio a candidatos.

Apesar de disputar a cadeira com mais três concorrentes, ele já declarou apoio a um deles, Simone Tebet (MDB-MS). Ele diz esperar apenas que a senadora decida o futuro da sua candidatura, podendo se retirar da campanha e passar os votos à colega ou seguirem juntos na tentativa de evitar vitória no primeiro turno.

Como candidato, ele afirma que seu objetivo é relatar a "sujeira do submundo da política" aos brasileiros, utilizando o espaço de fala no dia da eleição. Segundo ele, o "programa topa tudo por dinheiro" está ainda pior na Câmara dos Deputados.

"Deputados mesmo me falaram que estão antecipando emendas para votar no candidato do Bolsonaro, que deputado vai receber antecipado se votar no Arthur Lira", disse, chamando o parlamentar de "novo Eduardo Cunha", se referindo a postura do ex-presidente da Câmara durante processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Simone se apresentou como a candidata de oposição ao apadrinhado pelo Palácio do Planalto, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mas foi preterida pelo PT e PDT, que decidiram fechar bancada com o coligado de Davi Alcolumbre (AP). Para Kajuru, a junção do Executivo e oposição reforça o que chama de "topa tudo por dinheiro" da eleição.

"Existe almoço de graça? Você acha que existe voto por amor nessa eleição?", questionou, afirmando que uma suposta negociação de votos em troca de cadeiras na Comissão de Direitos Humanos, Secretaria do Meio Ambiente e Mesa Diretora.

Simone no MDB

Na disputa que elegeu Alcolumbre como presidente da casa, em 2019, o MDB fez pressão para Tebet retirar sua campanha, devido a divergências de opiniões no partido.

Desta vez, na visão de Kajuru, Simone está sendo apoiada pela sigla por "não ter opção", uma vez que, para ele, "se o MDB não ficar com ela, vai perder tudo". "Que opções o MDB tem? O governo não quis ficar com ele, quis ficar com Pacheco, então tiveram que abraçar Simone", disse.

Por apoio à candidata, o MDB decidiu fechar bancada com Tebet, levando o voto dos 15 senadores da legenda. Porém, segundo Kajuru, ainda há uma discordância interna sobre o assunto e o senador Luiz do Carmo (GO) anunciou que vai trair o partido.

"O partido está com ela, apenas um não vota nela porque é capacho do Caiado [governador do Goiás, aliado de Jair Bolsonaro] e pediu para votar no Pacheco. Mas 14 dos 15 votos ela tem garantido", afirmou. Por fazer uma campanha à distância e articular somente via Whatzapp com os demais senadores, Kajuru não soube afirmar quantos votos tem até o momento.

O UOL procurou, Pacheco, Tebet e Lira, mas não eles não se manifestaram a respeito das declarações de Kajuru.