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Kajuru, Lasier e Olímpio retiram candidaturas e votam em Tebet no Senado

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

01/02/2021 16h17

Os candidatos à Presidência do Senado Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Lasier Martins (Podemos-RS) e Major Olimpio (PSL-SP) anunciaram hoje a retirada de suas candidaturas e que votarão na concorrente Simone Tebet (MDB-MS), que se registrou de forma independente após ter sido abandonada pelo próprio partido.

Com a retirada de Lasier, Major e Kajuru, restam apenas Tebet e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na disputa pelo comando do Senado.

Kajuru disse que Tebet foi prejudicada devido a negociações do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com integrantes do MDB para que estes passassem a apoiar Pacheco em vista de mais cargos importantes. Ele contou que "chorou" por várias noites por causa do episódio.

"Então, como poderia manter aqui minha candidatura atrás de votos e não ser solidário a ela retirando minha candidatura, oferecendo meu voto a ela, Simone Tebet, de coração, de leal, de respeito por ela, pela história, pelo que ela passou?", disse.

Assim como Kajuru, Major Olímpio justificou que renunciou à continuação de sua candidatura a favor de Simone Tebet.

"Quero renunciar à minha pretensão, que seria uma pretensão do PSL, em defesa para que possamos ter, na primeira na história do Senado, uma mulher corajosa e firme para conduzir esse processo e que possa gerar uma reflexão em cada um dos senhores", disse.

Após o discurso de Simone, Lasier também retirou a candidatura em apoio e voto à Simone. Ele, que é integrante do partido que fechou com a parlamentar, pediu a palavra assim que a colega finalizou discurso e fez o anúncio.

Já Kajuru havia antecipado que se candidataria somente para usar o tempo de fala na tribuna no plenário do Senado destinado aos candidatos com o objetivo de criticar o atual presidente da Casa.

"Office-boy de luxo"

Para Kajuru, Simone sai da eleição "muito maior" do que entrou e, Alcolumbre, "muito menor", sendo "perigoso não ganhar eleição nem para síndico".

Segundo Kajuru, Alcolumbre não deveria pedir proteção a Deus, mas, sim, perdão a Deus por ter iniciado um mandato em que não cumpriu tudo o que prometeu.

O senador criticou o fato de Alcolumbre ter arquivado pedidos de processos de impeachment contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), não ter tocado CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) pedidas por parte dos senadores e pautas de combate à corrupção. Kajuru lembrou que Alcolumbre foi eleito com sua ajuda e de um grupo político do qual participa - o Muda, Senado.

"[Alcolumbre] Fecha um mandato de forma tão melancólica que muita gente no Brasil diz ter saudade do Renan Calheiros na época da capitania hereditária no Senado", declarou Kajuru.

Para Kajuru, Alcolumbre foi um "office-boy de luxo de Bolsonaro" à frente do Senado e, se vencer, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) será uma espécie de continuação nesse aspecto.

"Imagino que o candidato do presidente Davi Alcolumbre e do presidente Jair Bolsonaro também vai ser office boy de luxo e servir a dois patrões. Não terá independência. Será também subserviente", falou Kajuru.

Kajuru encerrou o discursou afirmando saber que não terá mais a amizade de Alcolumbre: "Com toda a franqueza, me lixei".

Mais críticas a Alcolumbre

Ao discursar, o senador Lasier Martins (Podemos-RS), também candidato à Presidência do Senado, afirmou não existir uma verdadeira independência entre os três Poderes, disse ter havido compra de votos e reclamou de "demasiado poder" em mãos do presidente da Casa.

Assim como seu concorrente Major Olímpio, que discursou depois dele, Lasier cobrou que o Senado vote mais medidas de combate à corrupção. "Essa Casa tem responsabilidade, tem atribuições para impedir isso, mas o Senado é omisso contra a corrupção, e muitas vezes é cúmplice", falou.