Pacheco volta a pedir pacificação e fim do "radicalismo" no Congresso
Na abertura dos trabalhos do Poder Legislativo em sessão solene hoje, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pregou a pacificação e a superação da polarização política no Brasil. Ele também defendeu a independência e a harmonia entre os três poderes.
"Aprendi a fazer política em Minas Gerais, e a política mineira sempre foi de pacificação, de busca de união e de unidade, de respeito, de conciliação, de moderação, de equilíbrio e de muita racionalidade", disse Pacheco. "A política não deve ser movida por arroubos do momento e por radicalismos", completou.
O presidente do Congresso também defendeu o fim da polarização. "Devemos superar os extremismos que vemos surgirem, de tempos em tempos, de um ou de outro lado, como se a vida tivesse um sentido só, uma mão única, uma única vertente", afirmou.
Pacheco, que teve a candidatura à presidência do Senado apoiada pelo Palácio do Planalto e por partidos da oposição, também defendeu a independência entre os três poderes.
"Quero, também, deixar bem assentada neste dia de abertura de trabalhos legislativos minha defesa, como presidente do Congresso Nacional, da plena independência e harmonia entre si, dos três Poderes da União: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário", disse.
Bolsonaro vaiado
Após o Hino Nacional e antes do discurso do Executivo, integrantes da Casa gritaram pelo seu afastamento, chamaram o presidente de "fascista" e "genocida" e criticaram a postura do presidente sobre a pandemia do coronavírus. Em resposta, os aliados de Bolsonaro gritaram "mito", antes de o presidente desafiar os oposicionistas: "nos encontramos em 2022".
"Muitos debates entre nós, muitas ideias divergentes, mas sempre respeito a qualquer autoridade que porventura estivesse presente neste momento", completou. Enquanto isso, Rodrigo Pacheco, novo presidente do Senado, pedia respeito no plenário.
Fux defende democracia
Em seguida, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, pregou a defesa da democracia e da Constituição em sua mensagem ao Congresso Nacional.
"Nós, homens e mulheres públicos, somos passageiros nas funções que ocupamos. No entanto, os feitos em prol do fortalecimento das instituições, da democracia, e das liberdades humanas e de imprensa não conhecem tempo, nem espaço", afirmou.
O presidente do STF também se compadeceu pelos mais de 226 mil mortos por causa da pandemia de coronavírus no Brasil.
"A inauguração de um novo ciclo é um convite para reafirmarmos as missões institucionais e para renovarmos o compromisso de lealdade à Constituição e à democracia", afirmou o presidente do Supremo.
Lira cobra Bolsonaro
Já o novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comentou a possibilidade de trazer o Brasil vacinas contra a covid-19 feitas por laboratórios estrangeiros e que ainda não foram comprados e permitidos no país.
"Abrindo quem sabe novas opções de novas vacinas que já estão disponíveis nos mercados mundiais", disse ele, em discurso.
Na fala, ele retomou o discurso de alinhamento com o poder Executivo, mas alfinetou Bolsonaro pelos 24 vetos que aguardam sanção presidencial no Palácio do Planalto, enquanto defendia a retomada da Proposta de Lei Orçamentária Anual.
"A Proposta de Lei Orçamentária anual e os 24 vetos presidenciais prontos para liberação. Essa liberação é necessária para destrancar a pauta do plenário do Congresso Nacional", disse, ao se referir às pautas que devem ser votados na Casa.
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