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Trevisan: Hora H e dia D de Pazuello sobre vacinação não chegam nunca

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/02/2021 04h00

Prestes a completar um ano desde o início da pandemia do novo coronavírus, o país está longe de ver as pessoas seguras e a economia em recuperação. No Baixo Clero #74, Maria Carolina Trevisan põe a conta na falta de planejamento para a imunização.

A colunista relembrou uma fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, quando rebateu o questionamento de um jornalista dizendo que a vacinação no Brasil começaria "no dia D e na hora H".

Em três meses, o país imunizou completamente, com duas doses das vacinas, apenas 1.750.781 pessoas —o equivalente a 0,83% da população brasileira.

"O governo, até hoje, três meses depois, ainda não comprou nem viabilizou outra vacina. Temos duas vacinas de seis possíveis. Então a hora H e o dia D do Pazuello não chegam nunca. Isso é muito preocupante", diz (veja a partir de 33:55 no vídeo acima).

Segundo Trevisan, o atual momento é pior do que três meses atrás porque vários estados regrediram ao fechamento do comércio e há controle de pessoas nas ruas, como ocorreu na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo.

"Estamos em um momento em que a maioria dos estados tomam decisões de fechamento, de lockdown, de restrição de trânsito de pessoas e de comércio. Vai atrasar a recuperação da economia e não temos plano de compra de vacina", diz a colunista do UOL.

Uma vacina possível é a da Pfizer, que fez três propostas de vender doses de imunizantes ao governo brasileiro e foi ignorada. Bolsonaro diz que os requisitos em contrato, como a empresa não ser responsabilizada por possíveis efeitos colaterais, eram um impeditivo.

Diogo Schelp, colunista do UOL, entende que o governo acertou nesta questão, mas errou ao nem abrir conversas com a Pfizer. "Algumas exigências parecem desnecessárias, o que torna essa vacina uma negociação complicada, mas não impossível", afirma (veja a partir de 36:10 no vídeo acima).

Para ele, a vacina é como se fosse água no deserto e, quando se precisa desse tipo de recurso, é preciso comprar o que estiver disponível. "A ansiedade das pessoas por uma vacina é muito grande."

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