Museu do Holocausto critica assessor de Bolsonaro e alerta para neonazismo
O Museu do Holocausto de Curitiba criticou Filipe Martins, assessor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele tem sido atacado por supostamente fazer, com as mãos, um símbolo de apoio aos supremacistas brancos. O Museu destacou que "grupos supremacistas e neonazistas têm ideias em grande medida coincidentes e frequentemente se mesclam".
O órgão publicou nas redes sociais que recebe denúncias semelhantes todas semanas e manifestou revolta por isso. "São atos que ultrapassam qualquer limite de liberdade de expressão".
Na sequência, o Museu do Holocausto falou especificamente sobre Filipe e disse que ele realmente fez um "símbolo de ódio".
"Estupefatos, tomamos notícia do gesto do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República durante sessão no Senado Federal. Semelhante ao sinal conhecido como OK, mas com 3 dedos retos em forma de "W", o gesto transformou-se em um símbolo de ódio", explicou.
Filipe alegou, em seu perfil no Twitter, que estava ajeitando a lapela do terno e afirmou que as pessoas que o acusaram que reproduzir um gesto autoritário serão processadas.
No entendimento supremacista, o "W" formado com os 3 dedos significa "White". E os outros 2 dedos formam a letra "P", o que seria uma sigla para "White Power", expressão que significa "Poder Branco" e expressa racismo. Esse símbolo se tornou uma "tática popular de trolagem", feita por indivíduos da extrema-direita. Eles costumam publicar fotos e vídeos em que aparecem fazendo esse gesto.
"Pesquisas acadêmicas, como da antropóloga Adriana Dias, mostram crescimento no número de células neonazistas e no engajamento de integrantes no Brasil. O Museu do Holocausto, consciente da missão de construir uma memória dos crimes nazistas que alerte a humanidade dos perigos de tais ideias, reforça que a apologia a este tipo de símbolo é gravíssima. Nossa democracia não pode admitir tais manifestações", concluiu o Museu do Holocausto.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), pediu para que a casa abra um procedimento investigativo sobre o caso.
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