Eduardo Leite cobra nova postura de Bolsonaro e fala em mentiras oficiais
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSBD), cobrou hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha uma mudança de postura diante do avanço da covid-19. Além de pedir apoio às medidas de combate à pandemia, como uso de máscaras e distanciamento social, Leite também afirmou que Bolsonaro tem dado trabalho extra aos governadores para desmentir mentiras oficiais.
"Não significa esquecer o quanto ele atrasou, o quanto deixou de fazer ao longo dessa pandemia, vai ter um momento apropriado para ser discutido logo mais à frente, a gente sabe disso, num processo eleitoral", afirmou Leite, que é um dos principais nomes do seu partido para a candidatura à presidência em 2022, ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
"Mas agora a gente precisa da mudança de postura do presidente, de admitir que precisa uma coordenação nacional. Infelizmente, não parece que haverá mudança de posição do presidente em relação à questão do distanciamento, que é estratégica", completou o governador gaúcho em entrevista à GloboNews.
Leite acrescentou que as forças políticas que pregam contra a adoção de medidas restritivas nos estados dificultam o controle da pandemia. No Rio de Grande do Sul, mesmo diante da grave pressão sobre o sistema de saúde, com falta de leitos de UTI no estado, a Prefeitura de Porto Alegre foi à Justiça para tentar garantir a abertura do comércio e de bares e restaurantes.
"Até que haja vacinação em massa não há outra alternativa a não ser fazer parar a circulação do vírus, que é o distanciamento social, restringir a circulação das pessoas, e isso infelizmente se mantém como um ponto de atrito muito intenso com o presidente, além das mentiras que são feitas oficialmente pelo governo", disse Leite.
O governador citou especificamente o episódio que aconteceu há um mês, quando Bolsonaro listou em uma publicação nas redes sociais os valores de repasses feitos aos estados. À época, pelo menos 19 governadores assinaram uma carta contestando as informações passadas pelo presidente.
Hoje, Leite voltou a afirmar que esses repasses "são de direito constitucional".
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