Cláudio Castro se incomoda com rótulo e nega alinhamento com Bolsonaro
Cláudio Castro (PSC), governador em exercício do Rio de Janeiro, está incomodado com o rótulo de aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele disse que se aproxima do governo federal porque o estado precisa disso, não por alinhamento. E alega que busca autonomia.
"Eu dialogo com todo mundo. Sou alinhado com os prefeitos, sem olhar para a ideologia deles. Como vou ter essa postura com eles e com o governo federal não? O Rio precisa umbilicalmente do governo federal para sobreviver. Seria irresponsável da minha parte não estar alinhado com os prefeitos e o governo. Ajo com convicção, não por alinhamento. Ficam tentando me rotular na contramão das minhas ações", afirmou Castro em entrevista ao jornal O Globo.
Para se distanciar de Bolsonaro, Castro destacou as medidas restritivas que adotou recentemente, algo que o presidente não costuma apoiar. "Fechei parques e praias, coisas que a imprensa e a oposição disseram que eu não faria". E também destaca escolhas da equipe, que teriam sido tomadas com autonomia.
"Na escolha do procurador-Geral de Justiça do Rio, diziam que eu escolheria o candidato bolsonarista (Marcelo Monteiro), mas escolhi o mais votado (Luciano Mattos). No secretariado, tirando a Segurança, não há militares. O da Educação (Comte Bittencourt) é do Cidadania. O do Meio Ambiente (Thiago Pampolha) é do PDT. Além disso, defendi a vacina sempre", argumenta Castro, se contrapondo a Bolsonaro.
Castro recebeu críticas por participado de aglomerações recentemente, mas não quis falar muito sobre isso. A respeito de um pagode com amigos em fevereiro, ele alegou que as rodas de samba estavam liberadas. E sobre a comemoração de aniversário em março, alegou que já deu explicações sobre isso e que aprendeu com o episódio, "inclusive sobre a agressividade exagerada da qual os políticos são alvos".
Questionado sobre assuntos políticos e a possível disputa para o governo do Rio em 2022, Castro se esquivou. Só falou sobre a possível mudança de partido, mas sem revelar se haverá uma mudança.
"Vou anunciar meu partido em maio. O PSC me acolhe muito bem. O PSD e o PP são dois excelentes partidos e tem mais alguns que me convidaram. Tenho uma história e, antes de ser vereador, era chefe de gabinete. Há um respeito pela trajetória. Sou um cara de diálogo aberto, o que as pessoas gostam. Além de ser governador do segundo maior estado da federação", concluiu Castro.
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