Topo

Esse conteúdo é antigo

Maia diz que fala de Wajngarten "parece combinada" para proteger Bolsonaro

Rodrigo Maia diz que Fabio Wajngarten "entrega a cabeça" Eduardo Pazuello e protege Jair Bolsonaro em entrevista -  Maryanna Oliveira/Agência Câmara
Rodrigo Maia diz que Fabio Wajngarten "entrega a cabeça" Eduardo Pazuello e protege Jair Bolsonaro em entrevista Imagem: Maryanna Oliveira/Agência Câmara

Do UOL, em São Paulo

23/04/2021 11h03

O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse hoje que a entrevista do ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) Fabio Wajngarten à revista Veja "parece combinada", pois em sua avaliação "entrega a cabeça" do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e protege o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na entrevista, publicada ontem pela revista, Wajngarten culpa o ministério da Saúde pelo atraso da chegada das vacinas contra a covid-19 e pelo insucesso nas negociações do Planalto com a farmacêutica Pfizer. Nas palavras do ex-secretário, a pasta agiu de maneira "incompetente" e houve "ineficiência".

"A entrevista do ex-assessor de Bolsonaro à Veja parece combinada. Entrega a cabeça do Pazuello e protege o presidente', escreveu o deputado federal Rodrigo Maia.

A declaração de Wajngarten ocorre às vésperas da instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado que vai investigar a conduta do Governo Federal ao longo da pandemia do novo coronavírus. Pazuello comandou o ministério de maio de 2020 a março de 2021.

Segundo a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), a declaração de Wajngarten é tardia, uma vez que o Brasil se aproxima das 400 mil mortes por covid-19 e a vacinação ainda está longe de alcançar todo o grupo prioritário.

"Ele deveria ter dito isso antes. Você ter uma informação como essa, grave como essa, de que milhões e milhões de doses não chegaram para imunizar e salvar vidas de brasileiros por birra, ideologia, ou sabe-se lá como define o que passa na cabeça do presidente neste momento, e o secretário não traz essa informação no momento correto. É algo grave e ele também tem que ser ouvido por isso", disse Joice em entrevista à Globo News.

Já o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) vê desespero de Bolsonaro às vésperas da CPI da Covid-19. Ele ainda lembrou de uma frase de Pazuello ao ser desautorizado pelo presidente em um acordo para a aquisição da vacina CoronaVac.

"A entrevista de Wajngarten a Veja é mais uma prova do desespero de Bolsonaro com a CPI da Covid. O objetivo é exclusivamente atribuir toda culpa pelo fracasso na vacinação a Pazuello, que nunca passou de um mero despachante. Como disse o próprio general: um manda, o outro obedece", escreveu.

No mês passado, Wajngarten deixou o comando da Secom após uma série de atritos com o então comandante do ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que também foi demitido do cargo.

Após a divulgação da entrevista pela revista Veja ontem, Wajngarten escreveu uma mensagem no Twitter destacando a parte da entrevista em que diz que "Bolsonaro está eximido de qualquer responsabilidade".

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.