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Vereadores do Rio decidem hoje início do processo de cassação de Jairinho

O vereador Jairinho, preso pela morte do menino Henry Borel - Tania Rego/Agência Brasil
O vereador Jairinho, preso pela morte do menino Henry Borel Imagem: Tania Rego/Agência Brasil

Igor Mello

Do UOL, no Rio

26/04/2021 04h00

A Câmara de Vereadores de Rio de Janeiro decide hoje sobre o início do processo de cassação do vereador Dr. Jairinho (sem partido), preso sob a acusação de assassinar o menino Henry Borel, de 4 anos.

Os sete membros do Conselho de Ética da casa irão se reunir para decidir sobre a elaboração de uma representação contra Jairinho. Esse é o primeiro passo para que ele tenha o mandato cassado.

Segundo fontes na Câmara consultadas pelo UOL, a tendência é que a decisão de prosseguir com a perda de mandato do vereador ocorra por unanimidade.

Caso seja aprovada, a representação será redigida à Mesa Diretora da Câmara e em seguida para a Comissão de Justiça e Redação, onde será avaliada a adequação do documento às leis e ao regimento interno da casa.

Na última quarta-feira (21), os membros do conselho fizeram uma reunião extraordinária, na qual tiveram acesso aos autos da investigação da morte de Henry.

Na ocasião, o presidente do Conselho de Ética, Alexandre Isquierdo (DEM-RJ), indicou que o humor da casa indica que Jairinho não escapará da cassação.

"Existe muita base, muita prova contra o vereador Jairinho. A tendência é que haja uma representação do conselho de ética por unanimidade", avaliou. "O sentimento na casa é que haverá uma grande maioria de votação a favor da cassação".

Derrotas em série na Câmara

Jairinho foi preso no dia 8 de abril, sob a acusação de assassinar Henry. Na mesma operação, a Polícia Civil também prendeu Monique Medeiros, mãe do menino e companheira do vereador.

Na madrugada de 8 de março, Jairinho e Monique chegaram com o menino já sem vida a um hospital particular do Rio de Janeiro. O laudo cadavérico feito no corpo de Henry no Instituto Médico-Legal mostra que ele sofreu hemorragia interna e laceração hepática por conta de uma ação contundente. Ele também sofreu uma lesão hemorrágica no crânio, entre outras lesões.

Assim que Jairinho foi preso, a Câmara anunciou que ele teria o pagamento de salário suspenso. Já no dia da prisão, diversos vereadores foram ao plenário demonstrar indignação com o possível crime cometido pelo colega e defenderam seu afastamento imediato do cargo.

Pouco depois, Jairinho também foi removido da Comissão de Justiça e Redação da Câmara. O argumento utilizado pela Mesa Diretora é que ele foi expulso do partido em que se elegeu, o Solidariedade, e por isso não teria vaga no órgão.