Motociclista perde equilíbrio e causa acidente em motociata de Bolsonaro
Duas motos bateram e causaram um acidente na "motociata" que, segundo a Secretaria Estadual de Segurança, reuniu 12 mil motos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Na colisão, pessoas e outras motos foram derrubadas. O acidente aconteceu por volta das 11h na rodovia dos Bandeirantes.
Uma pessoa ficou deitada no asfalto aguardando atendimento enquanto os outros motoqueiros retomaram a motociata. O acidente foi flagrado ao vivo pelo BandNews TV, que mostrou uma das motos perdendo o equilíbrio
Segundo informações iniciais da concessionária CCR AutoBan, o acidente aconteceu na altura do quilômetro 30 da rodovia. Três pessoas ficaram feridas, mas duas vítimas assinaram termo recusa de atendimento. A terceira tem ferimentos moderados e está em atendimento, diz a concessionária.
Uma equipe da PM (Polícia Militar) esteve no ponto do acidente para auxiliar no fluxo na rodovia e no atendimento à pessoa que ficou caída.
A rodovia dos Bandeirantes está interditada entre os quilômetros 14 e 61, nos dois sentidos, em razão da motociata. Segundo a concessionária, a alternativa é a rodovia Anhanguera.
Ato pró-Bolsonaro
Às 10h, a motociata em apoio a Bolsonaro começou, iniciado na região do Sambódromo, na zona norte, com encerramento previsto no parque do Ibirapuera, na zona sul. O trajeto terá 129 quilômetros de extensão. Motos deixaram a região do Sambódromo das 10h às 10h50.
Motoqueiros e ciclistas com bandeiras do Brasil amarradas aos veículos, além de manifestantes a pé, se aglomeraram na avenida Santos Dumont para recepcionar o presidente.
Vestindo uma jaqueta de motociclista bordada com seu retrato e um capacete em que estava escrito "presidente Bolsonaro", ele acenou para os manifestantes quando chegou e saiu de moto na avenida Santos Dumont com um segurança em sua garupa, seguido por centenas de motociclistas. Apoiadores a pé e de bicicleta se aglomeraram para ver o presidente, gritando "mito".
"Pessoal, começando nosso passeio de motocicleta. Muito obrigado pelo convite, pela liberdade, pela democracia e por Deus", disse Bolsonaro, antes de começar o trajeto, em transmissão em suas redes sociais. O presidente e a maioria de seus apoiadores não usavam máscara e não respeitavam o distanciamento, medidas essenciais para evitar a propagação do novo coronavírus, que já matou mais de 480 mil pessoas no país.
Na quarta-feira (9), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que Bolsonaro e quem não usasse máscara no ato de rua seria multado. O presidente reagiu dizendo que o governador se achava "doninho" de São Paulo.
Apoiadores sem moto
A cabeleireira Cris Souza, 37, de Rondônia, tentou alugar uma moto para participar da manifestação, mas segundo ela, nenhuma locadora tinha motos disponíveis.
Mesmo sem a moto, que ficou em Rondônia, ela e o marido, Roberto Garcia, foram de carro apoiar a manifestação e ver de pertinho o "mito".
"É a segunda vez que eu vejo ele, ele é maravilhoso, muito humilde. Eu toquei nele! Eu admiro muito esse homem, sinto que ele é enviado por Deus para ajudar a gente a sair dessa crise. Imagina se ele manda fechar tudo, eu como cabeleireira iria morrer de fome", diz.
"Amo moto, a gente também é motoqueiro, tentamos alugar uma para participar da motociata mas não tinha mais", contou.
Agenda na capital paulista
O presidente chegou a São Paulo por volta das 7h. Antes da motociata, Bolsonaro participou de um um evento em um colégio militar para entrega de boinas a 82 novos alunos do 6º ano da capital paulista.
Bolsonaro não fez discurso, mas entregou a um dos novos alunos a boina vermelha, que representa a entrada no colégio militar e uma nova fase na vida acadêmica.
O percurso é mantido em sigilo pelo Palácio do Planalto "por questões de segurança", mas foi combinado na última quinta-feira (10) entre motoclubes organizadores e a Polícia Militar. Representantes do Exército também opinaram sobre o trajeto.
Confira:
- Avenida Olavo Fontoura
- Praça Campos de Bagatelle
- Avenida Santos Dumont
- Avenida do Estado
- Ponte Governador Orestes Quércia
- Marginal Tietê
- Rodovia Bandeirantes (trevo km 62) - ida e volta
- Marginal Pinheiros
- Ponte Engenheiro Ari Torres
- Avenida dos Bandeirantes
- Corredor Norte-Sul - Avenida Rubem Berta
- Avenida Pedro Álvares Cabral
- Praça Armando de Sales Oliveira (retorno)
- Praça Ibrahim Nobre (Obelisco)
A Polícia Militar definiu as seguintes regras para a manifestação: motocicletas precisam estar emplacadas, não podem ser empinadas nem ultrapassar os 40 km/h de velocidade. É obrigatório o uso de capacete e máscara facial para a proteção contra a covid-19. O Ministério Público irá fazer o acompanhamento para fiscalizar o cumprimento dos protocolos sanitários.
O pastor Jackson Villar, um dos organizadores do evento, chama o encontro de "Acelera para Cristo" e diz em redes sociais que o encontro terá 1 milhão de motos, contadas a partir de cadastramento. É prometido por ele o sorteio de uma moto entre os participantes e um ato religioso no final do percurso.
"Chegando lá faremos uma oração e um agradecimento a Deus, e teremos algumas falas. O presidente Bolsonaro ainda não nos informou se vai querer subir no caminhão, mas será muito bem-vindo se assim decidir", disse.
Entretanto, a ação é alvo de críticas. Cezar Augusto Oliveira, do motoclube Carpe Diem, explicou ao colunista do UOL Chico Alves que "nos dois eventos realizados em Brasília e no Rio o movimento foi espontâneo dos motociclistas".
"De repente alguém aparece encabeçando esse movimento como se fosse motociclista, ainda oferecendo sorteio de uma 'linda moto' e induzindo a pessoa que quer participar a preencher um formulário", completa.
"Não há ligação com as pessoas que se intitularam organizadoras do evento", diz ele.
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