'Capitã cloroquina', oxigênio e Pazuello: as frases de Campêlo na CPI
A CPI da Covid ouve hoje o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo. Ele foi convocado pelos senadores a prestar depoimento sobre a colapso na rede de saúde do estado em janeiro deste ano e suposta corrupção na administração estadual.
No depoimento, Campêlo disse que discutiu com a servidora Mayra Pinheiro, a "capitã cloroquina", sobre o chamado "tratamento precoce" — termo que o governo federal utiliza para se referir ao uso medicamentos sem eficácia científica comprovada no tratamento dos sintomas do coronavírus. "Vimos uma ênfase da doutora Mayra Pinheiro em relação ao tratamento precoce", disse.
O ex-secretário ainda afirmou hoje que procurou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, antes do colapso de saúde no estado. O primeiro contato foi um pedido por apoio logístico para levar cilindros de oxigênio a Manaus.
No início do ano, o Amazonas viveu um agravamento da crise sanitária, e pessoas morreram sem acesso a oxigênio medicinal e insumos hospitalares básicos.
O ministro da época, general Eduardo Pazuello, buscou se eximir de qualquer culpa ou omissão quando falou à Comissão Parlamentar de Inquérito, embora tenha sido contestado por senadores. Desde a crise, há uma troca de acusações quanto a responsabilidades, e ninguém foi punido.
Veja as frases de Marcellus Campêlo na CPI da Covid:
'Capitã Cloroquina'
Em 4 de janeiro, recebemos a secretária Mayra Pinheiro. Estivemos juntos com o governador e com a presença da imprensa. Vimos uma ênfase da doutora Mayra Pinheiro em relação ao tratamento precoce e relatando um novo sistema que poderia ser utilizado e que seria apresentado oportunamente, o TrateCov"
Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas
Oxigênio
Fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro por telefone explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio de Belém a Manaus, a pedido da White Martins [fornecedora dos cilindros]. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico. Não houve resposta, que eu saiba"
Colapso na Saúde
Na nossa rede pública estadual, nós temos registro de intermitência de fornecimento de oxigênio nos dias 14 e 15 [de janeiro]. Evidentemente toda a população com um nível de contaminação impressionante, que foi de três vezes e meio mais... Para os senhores terem uma ideia: em dezembro tivemos 2,2 mil internações; em janeiro, 7,6 mil internações. Então, em relação ao pior cenário da primeira onda, foram 375% comparando janeiro"
Na rede de saúde, nos tanques de oxigênio, nós registramos a intermitência de fornecimento nos dias 14 e 15. Uma coisa é faltar na rede de saúde, no hospital, outra coisa é o paciente que está tratando em casa porque não tem vaga no hospital tentar comprar o cilindro no mercado e ele não existir no mercado da cidade"
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