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Josias sobre manifestações: 'O monstro ronca pela queda de Bolsonaro'

Do UOL, em São Paulo

21/06/2021 09h08Atualizada em 21/06/2021 13h10

O colunista do UOL Josias de Souza afirmou hoje, durante o UOL News, que antes era dito que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não sofreria impeachment porque as "ruas estavam em silêncio", mas as duas manifestações contra o governo em 23 dias — incluindo a que aconteceu no último sábado — demonstram que esse argumento mudou e que o "monstro" da opinião pública "ronca pela queda do Bolsonaro".

"O barulho [dos atos contra o governo] deste final de semana foi maior que o barulho do protesto anterior, do dia 29 de maio. E foi um barulho bem maior do que o ronco das motocicletas que desfilaram aí três vezes por Bolsonaro", disse Josias, se referindo às motociatas feitas pelo presidente.

Para Josias, as manifestações mostram que o "monstro" da opinião pública está "solto" nas ruas e quando isso aconteceu em outros anos o resultado foi a saída de outros mandatários do poder.

Essas manifestações do último sábado deixaram claro que o monstro está solto. Monstro era como o ex-presidente Juscelino Kubitschek se referia à opinião pública. E quando o monstro foi para as ruas na campanha das Diretas [Já], a ditadura definhou até ser derrotada no colégio eleitoral que elegeu o Tancredo Neves. O mesmo monstro pôs o Collor e a Dilma para fora do Palácio do Planalto. E agora o monstro ronca pela queda do Bolsonaro. A pergunta é: O Bolsonaro vai terminar o mandato?."
Josias de Souza no UOL News

O colunista afirmou que "há pelo menos 500 mil motivos para afastar Bolsonaro" do governo, mas ainda não é possível ver o impeachment do mandatário no horizonte porque ele tem o apoio do "centrão" mesmo com o número de mais de 500 mil mortos por covid-19 no Brasil e com dezenas de pedidos de impeachment protocolados na Câmara.

Apesar disso, Josias destacou que "o apoio do centrão não é segurança para ninguém. [Esse apoio] é mais ou menos como gelatina, muito fluido, mas o Bolsonaro está se segurando no imponderável".

Para o colunista, "Bolsonaro está fugindo do controle do centrão" enquanto o ex-presidente Lula e o PT (Partido dos Trabalhadores) estariam "seguindo a reboque dos movimentos sociais". E a possível terceira via das eleições presidenciais de 2022 está "meio atônita, engarrafada em reuniões fechadas, sem se dar conta que 2022 está trafegando pelas redes sociais, que são de onde parte as convocações para as manifestações de rua".