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Cancelar contrato da Covaxin não 'apaga' corrupção, diz Randolfe

07.jun.2021 - Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) é vice-presidente da CPI da Covid  - PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO
07.jun.2021 - Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) é vice-presidente da CPI da Covid Imagem: PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

Do UOL, no Rio

26/06/2021 15h15Atualizada em 26/06/2021 16h41

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o cancelamento do contrato de compra das vacinas Covaxin não é suficiente para impedir a investigação por corrupção, após a denúncia dos irmãos Miranda à CPI da Covid.

Ontem, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, prestaram depoimento e denunciaram pressão para a compra do imunizante.

O deputado afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou o nome do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ao ouvir a denúncia sobre pressão para a importação da vacina indiana.

Hoje, em uma série de postagens, Randolfe, vice-presidente da CPI da Covid, apresentou a definição do crime de corrupção passiva, de acordo com o Código Penal. O artigo 317 define que o crime é "solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem".

Diante disso, Randolfe explica que, no caso da Coxavin, se aplica a "mera promessa ou aceitação da vantagem". "O corrupto flagrado não 'apaga' seu crime por não ter recebido a propina", afirma o senador.

A pena para corrupção passiva é de 2 a 12 anos de prisão.

Irmãos Miranda apresentam indícios de esquema

Luis Ricardo Miranda é o servidor responsável pelas importações do Ministério da Saúde. Ele afirma ter sofrido pressão do governo para acelerar a compra da vacina. Durante o depoimento, os irmãos apresentaram trocas de mensagens que contextualizam a denúncia.

A apresentação dos irmãos Miranda mostra trocas de mensagens com o coronel Marcelo Bento Pires, então coordenador de Logística do Ministério, e o tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos. O coronel Pires, segundo eles, cobrava o andamento da negociação.

No dia 31 de março, uma semana depois da última destas conversas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou a o pedido do ministério para importação e distribuição dos imunizantes da empresa indiana.