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Isolado, Alckmin diz que deve sair do PSDB 'nas próximas semanas'

O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em entrevista a jornalistas - Sergio Dutti/Governo de São Paulo
O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em entrevista a jornalistas Imagem: Sergio Dutti/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

10/08/2021 17h34Atualizada em 11/08/2021 00h33

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou publicamente que pretende sair do partido. O político ainda disse que a definição deve acontecer "nas próximas semanas".

Em relação a disputar o governo de SP em 2022, Alckmin respondeu, em entrevista dada ontem à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, durante evento em Santos: "Se esse for o pensamento do povo de São Paulo, é nosso dever sempre estar à disposição para servir à população".

Eu devo realmente sair, e a definição deve ocorrer nas próximas semanas."
Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, sobre o PSDB

Isolado no partido desde que o vice-governador Rodrigo Garcia deixou o DEM e se filiou ao partido para disputar o Palácio dos Bandeirantes no ano que vem, o ex-governador articula a formação de uma chapa com os principais adversários do governador João Doria.

Sem ocupar cargos públicos desde que recebeu menos de 5% dos votos nas eleições presidenciais de 2018, Alckmin já tinha revelado a amigos e aliados que pretendia sair do PSDB.

Cortejado por PSB e PSD, o ex-governador jantou em julho com o ex-governador Márcio França (PSB), o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que é filiado ao MDB, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para discutir a formação de um palanque unificado em São Paulo.

Rompimento com Doria

Padrinho político de Doria em 2016, quando o empresário foi eleito prefeito, Alckmin e o atual governador estão rompidos desde a campanha de 2018. Um dos fundadores do PSDB, o ex-governador se viu isolado no partido com a chegada de Garcia.

Em uma reunião realizada em julho, a executiva estadual tucana decidiu abrir inscrições para a disputa de prévias para escolher o candidato ao governo. A eleição paulista será no dia 21 de novembro, junto com as prévias nacionais nas quais Doria disputa como favorito.

O presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, pediu a Alckmin, por meio de emissários, que indique um nome de sua confiança para compor a comissão das prévias no estado. Esse movimento é uma tentativa de esvaziar o discurso de Alckmin.

Aliados de Doria gostariam que o ex-governador disputasse uma vaga de deputado, para fortalecer a bancada do partido, ou que concorresse ao Senado.

Lideranças tucanas não alinhadas com Doria e Garcia e ex-prefeitos se reuniram com Alckmin mês passado. Segundo revelou a coluna "Direto da Fonte", o ex-governador ouviu apelos para não deixar o PSDB.