Ministro da Defesa nega que Forças Armadas ameaçaram os três Poderes
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, voltou a negar que as Forças Armadas tenham ameaçado os três Poderes com o desfile de tanques em frente ao Palácio do Planalto e também por meio de supostas afirmações feitas a interlocutores condicionando a realização de eleições à adoção do voto impresso.
As declarações foram feitas hoje, em uma audiência conjunta de três comissões da Câmara dos Deputados para qual o ministro foi convidado a prestar esclarecimentos.
Nos minutos iniciais da sessão, Braga Netto disse que as Forças Armadas foram expostas a um "constrangimento" ao serem apontadas como responsáveis por pressionar a adoção do voto impresso e ameaçar a democracia.
Sobre a nota que divulgou em conjunto com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, Braga Netto disse que houve uma reação de "pré-julgamento" e "generalizações" cometidas durante a CPI da Covid no Senado. Afirmou ainda que, como ministro da Defesa, não poderia deixar sem resposta afirmações que, disse, feriam a honra dos militares.
Reitero que não enviei ameaça alguma e não me comunico com representantes dos três Poderes por interlocutores. Nunca houve conotação de pressionar ou ameaçar os Poderes. O Ministério da Defesa muito tem contribuído para o país e, por isso, é digno de respeito
Braga Netto
Na contramão do ministro, deputado federal Rogério Correia (PT-MG) declarou que a tranquilidade passada por Braga Netto é uma tentativa de abrandar o cenário que, na visão do parlamentar, não é de "tranquilidade".
Correia questionou Braga Netto sobre qual é a posição das Forças Armadas diante das recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o pedido de impeachment dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), como também as falas sobre um possível "contragolpe" em meio a derrota do voto impresso na Câmara dos Deputados.
O clima, realmente, não é de tranquilidade. Sete de setembro haverá desfile, no sentido de um contragolpe? Em redes bolsonaristas estamos vendo até os que estão se se propondo a invadir a embaixada chinesa e expulsar o embaixador
Rogério Correia
A respeito da suposta ameaça ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Braga Netto negou ter feito chegar a Lira que poderia não haver eleição caso o voto impresso não fosse aprovado.
O ministro da Defesa disse ainda que Lira desmentiu publicamente ter recebido a suposta ameaça e afirmou ter falado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a nota em reação à CPI da Covid. Ele disse considerar os dois episódios esclarecidos e superados.
Audiência conjunta na Câmara
A pedido do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), o ministro Braga Netto foi convidado a prestar esclarecimentos sobre a nota oficial assinada por ele, ao lado de comandantes das Forças Armadas.
O documento foi divulgado em 7 de julho e repudiava as declarações do senador e presidente da CPI da Covid (PSD-AM), Omar Aziz, que falou sobre os envolvimentos de militares em casos suspeitos de corrupção do governo federal.
Já os deputados Rogério Correia (PT-MG), Paulão (PT-AL), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Henrique Fontana (PT-RS), David Miranda (Psol-RJ) e Odair Cunha (PT-MG) convidaram o ministro a prestar explicações sobre supostas afirmações feitas a interlocutores condicionando a realização de eleições à adoção do voto impresso.
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