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Alvos da PF, Sérgio Reis e deputado são 'vítimas', diz Eduardo Bolsonaro

Eduardo disse ontem que "vai chegar uma hora" em que as ordens expedidas pelo STF "não serão mais cumpridas" - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Eduardo disse ontem que "vai chegar uma hora" em que as ordens expedidas pelo STF "não serão mais cumpridas" Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

20/08/2021 09h35Atualizada em 20/08/2021 10h16

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chamou o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis, alvos de uma operação da PF (Polícia Federal) deflagrada hoje, de "vítimas".

"Sérgio Reis e pelo menos o deputado Otoni de Paula neste momento sendo vítimas de mandado de busca e apreensão ordenada por Alexandre de Moraes", escreveu o parlamentar em sua conta no Twitter.

Ontem, Eduardo voltou a criticar ordens judiciais expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que "vai chegar uma hora" em que "elas não serão mais cumpridas".

Prendem por fake news. Prendem por atos antidemocráticos. O que é um ato antidemocrático? Prendem por milícia virtual. Vai chegar uma hora em que essas ordens da mais alta Corte do judiciário nacional não vão ser cumpridas, infelizmente. Se continuar desse jeito Trecho da fala do deputado Eduardo Bolsonaro

Além de Eduardo, outros políticos também comentaram a operação nas redes sociais.

Ontem, em novo capítulo da briga aberta com o STF, o presidente se insurgiu contra o artigo do regimento interno da Corte Suprema que permite a abertura de investigações de ofício, sem necessidade de aval da PGR (Procuradoria-Geral da República). A norma foi usada, por exemplo, para instaurar o inquérito das fake news que atingiu a rede bolsonarista e o próprio chefe do Executivo.

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Entenda o caso

A PF cumpriu na manhã de hoje mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo a corporação, o objetivo das medidas é apurar "o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes."

Um áudio e um vídeo que circularam nas redes sociais no fim de semana levaram o cantor a integrar também o noticiário político. Nas gravações, o ex-deputado apareceu convocando uma greve nacional de caminhoneiros contra os 11 ministros do STF, alvo constante de Bolsonaro, de quem Reis é aliado. Lideranças dos caminhoneiros, no entanto, dizem que o cantor não os representa.

No domingo (15), durante entrevista ao influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio, Sérgio Reis chorou, defendeu Bolsonaro e disse que nunca quis agredir ninguém, e nem deseja fazê-lo agora, como publicado pela Folha de S.Paulo. O cantor também voltou a convocar pessoas para a manifestação organizada por apoiadores do presidente, marcada para 7 de setembro.

Após o áudio e o vídeo viralizarem, a Polícia Civil do Distrito Federal decidiu instaurar um inquérito para apurar suposta associação voltada para o cometimento de pelo menos três crimes em manifestações previstas para setembro: ameaça, dano e "expor a perigo outro meio de transporte público".

Em nota, a Polícia Civil do DF citou o nome de Sérgio Reis, mas disse não haver previsão para o depoimento dos envolvidos. O UOL procurou a assessoria do cantor a respeito da operação de hoje e aguarda retorno.

Já Otoni, bolsonarista de primeira hora, foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF em julho do ano passado pelos crimes de difamação, injúria e coação no curso do processo.

O parlamentar, investigado pelo STF em inquérito que apura seu envolvimento em atos antidemocráticos, divulgou um vídeo em suas redes sociais com ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, se referindo a ele como "lixo", "canalha" e "esgoto do STF".

Após a decisão judicial que determinou que os ataques fossem retirados das redes, o parlamentar admitiu ter extrapolado "limites éticos" ao chamar de "déspota" o ministro do STF.

Hoje, após ser alvo da ação, o parlamentar disse que não vai recuar e "deixar de falar o que pensa".