Dino diz que reunião de governadores busca frear 'confusão' de Bolsonaro
Em entrevista ao UOL News, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), disse que a reunião dos chefes dos Executivos estaduais marcada para o dia 2 de setembro tem como objetivo isolar a "busca por confusão" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os governadores solicitaram a audiência com Bolsonaro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, na segunda-feira (23).
No encontro, eles querem abordar como pacificar as relações entre as instituições. Pacheco e Lira foram os únicos que confirmaram presença até o momento.
Dino admitiu que o presidente da República não deve comparecer à audiência. "Ele não quer diálogo, quer confrontação", disse o governador. "[Essa] atitude ponderada é um contraste em relação aos desatinos bolsonaristas."
Para ele, Lira e Pacheco ainda podem se tornar aliados dos governadores, inclusive com a depreciação do capital político de Bolsonaro.
"Há nessa política chamada de Centro muitas oscilações. Mais adiante, quem sabe, numa situação limite, eles joguem um papel melhor do que o atual, essa é a nossa esperança", afirmou.
"[A reunião é] exatamente para isolar aquilo que o Bolsonaro tem de principal: a busca da confusão. Ele é da confusão, nós queremos que o país funcione, que haja eleições, que a constituição seja observada", completou Flávio Dino.
Atos de 7 de setembro
O governador Flávio Dino também falou sobre as manifestações pró-governo marcadas para o 7 de setembro e um possível participação de policiais militares da ativa nos atos.
Ele classificou acertada a atitude de João Doria (PSDB), que, no início da semana, afastou um coronel da Polícia Militar de São Paulo por publicar, nas redes sociais, convocações aos protestos de 7 de setembro. Posicionamentos de cunho político-partidário são proibidos pela corporação.
"Não acredito que haja agora esse amotinamento no 7 de setembro, mas, se houver, as pessoas que eventualmente participarem disso colocarão sua carreira em risco", avaliou o político maranhense.
Dino destacou que Bolsonaro comete crime de responsabilidade ao fomentar rebeliões ou motins entre os estados.
"Na hora que um policial estiver respondendo a processo administrativo, disciplinar ou judicial, o presidente da República nada poderá fazer para salvá-lo. Então, espero que haja muito bom senso, prudência e lealdade às leis por parte de todas as forças policiais", apelou,
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