Bolsonaro relembra 'histórico de atleta' e diz que venceu corrida descalço
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) relembrou hoje o seu "histórico de atleta" e afirmou que já venceu uma corrida mesmo estando descalço. O discurso do mandatário aconteceu durante o evento para a entrega de medalhas de mérito desportivo a atletas olímpicos militares.
Em seu discurso, o presidente disse que já atuou como atleta nas Forças Armadas por quatro anos e contou uma história de quando estava na cidade dele, em 1979, e havia uma prova de dez voltas ao redor de uma praça do município.
Segundo o mandatário, ele ficaria dois dias no local e não estava preparado para nenhuma atividade esportiva, mas foi desafiado a participar e decidiu aceitar.
"(...) Eu resolvi correr, mas com um detalhe: em volta da praça era paralelepípedo, e eu não tinha tênis, resolvi correr descalço. Enfrentei o desafio e quando estava faltando aproximadamente 400 metros, tinha um cara na minha frente, da cidade, eu dei um sprint no paralelepípedo descalço e só nós sabemos de onde vem a força naquele momento, e ganhei a prova. Era uma olimpíada, estava na minha cidade. Essas coisas só quem compete sabe de onde vem", afirmou.
Outra história contada pelo presidente é que ele sempre usava as mesmas duas peças de roupas quando fazia "pista". Bolsonaro ainda revelou que nunca havia lavado os itens e uma vez se deparou com um almirante fardado e ficou envergonhado por, segundo ele, estar parecido com uma pessoa em situação de rua.
"Eu não podia lavar. E desci em um café da manhã com aquela roupa, se alguém me visse sentado do outro lado da Avenida Brasil ia jogar uma moedinha no meu colo. Mas estava pronto para fazer a prova. Eis que aparece um almirante fardado, de branco, e vê quase um mendigo como eu ali embaixo. Ele me deu uma bronca tão grande que eu estou molhado até hoje."
Bolsonaro já comparou 'histórico' com chances de ter covid
Em março de 2020, logo após os primeiros casos de covid-19 em território nacional, Bolsonaro chamou a doença de "gripezinha" e afirmou que seu "histórico de atleta" e saúde o deixava tranquilo caso ele fosse contaminado pelo vírus.
"Pelo meu histórico de atleta, caso eu fosse contaminado pelo vírus eu não precisaria me preocupar — ou um 'resfriadinho' ou 'gripezinha', como disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão", declarou.
A referência foi ao médico Dráuzio Varella, comentarista da TV Globo, que minimizou a doença em um vídeo do dia 30 de janeiro, semanas antes de a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar pandemia de coronavírus no mundo e quando o isolamento social ainda não era uma das medidas recomendadas pela entidade internacional.
Apesar do "histórico" dito pelo chefe do Executivo, o presidente testou positivo para o vírus em julho de 2020.
"Começou domingo, com uma certa indisposição, se agravou na segunda-feira, com mal-estar, cansaço e febre de 38 graus. O médico da presidência, apontando a contaminação por covid-19, fui fazer uma tomografia no hospital. Equipe médica decidiu dar hidroxicloroquina e azitromicina. Como acordo muito durante a noite, depois da meia-noite senti uma melhora, às 5 da manhã tomei a segunda dose e estou me sentindo bem", disse Bolsonaro na ocasião.
A contaminação do presidente, no entanto, não fez com que ele parasse de usar máscara de proteção facial, item considerado essencial por especialistas para evitar a disseminação da doença. Frequentemente, ele aparece sem máscara em eventos e junto dos seus apoiadores.
Até ontem, o Brasil registrou a marca de 580 mil óbitos pela covid-19. Ao todo são 580.525 mortes desde o início da pandemia. Os dados foram obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
*Com informações de Carolina Marins, Sara Baptista e Ricardo Espina, do VivaBem, em São Paulo, e colaboração, em São Paulo
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