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Doria: Todos serão revistados em atos de 7 de Setembro, inclusive policiais

Henrique Sales Barros, Lucas Borges Teixeira e Rayanne Albuquerque

Do UOL, em São Paulo

01/09/2021 13h46Atualizada em 01/09/2021 16h53

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje que a polícia fará revistas em todos os manifestantes que estiverem nas ruas da capital nos protestos agendados para o próximo 7 de Setembro, independente de ser a favor ou contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Isso inclui policiais aposentados.

Todos que forem às manifestações, tanto pró Bolsonaro quanto os que irão contra Bolsonaro, serão revistados. A Polícia Militar recebeu a orientação para que todos, sem exceção, com mochilas, com bolsas, com bolsos, serão revistados. Em hipótese nenhuma será permitido qualquer tipo de armamento em poder de quem quer que seja, mesmo que sejam policiais aposentados. Se forem, serão convidados a se retirar e não participarão da manifestação.
João Doria, governador de São Paulo

Os atos a favor do atual governo ocuparão a Avenida Paulista e os da oposição, o Vale do Anhangabaú. Apenas 4 quilômetros vão separar os dois atos. Autoridades e especialistas demonstraram preocupação diante de um possível confronto entre os dois grupos. A região da Consolação, que liga os dois pontos, é a área em que há maior risco.

Desde a semana passada surgiram rumores da participação de policiais militares na ativa nas manifestações, o que é vetado pelo regulamento da PM. Alguns deles poderiam ir armados. Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o general João Campos, secretário de Segurança Pública e responsável pela corporação, negou que vá haver a presença de PMs de folga e garantiu que a corporação agirá profissionalmente durante os atos.

Eu tenho absoluta convicção de que nossos policiais ativos, sujeitos a regras e regulamentos, estarão absolutamente conscientes e estarão cumprindo seu papel com a honra que vem conduzindo suas vidas.
João Campos, secretário de segurança pública

Estimuladas por Bolsonaro, as manifestações, no entanto, têm se alastrado pelo país e pelas redes sociais de membros da corporação, o que está preocupando muitos governadores com possibilidade de apoio a golpe ou insurgência contra os governos estaduais em apoio ao presidente.

Um levantamento do UOL apontou que bolsonaristas estão utilizando a punição a Lacerda para inflamar a militância a comparecerem à manifestação convocada pelo presidente. O deputado federal e PM da reserva Coronel Tadeu (PSL-SP) disse que PMs do interior estavam organizando ônibus para vir protestar na cidade.

Esta repercussão é vista como exagero pelos parlamentares militares de São Paulo. Eles dizem que só deveriam participar dos atos de 7 de setembro os PMs aposentados, como ocorre todo ano, e descartam apoio a um possível golpe.