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Foragido, Zé Trovão faz convocação para entrega de pedido contra ministros

O caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão - Reprodução/TikTok/zetrovaoavozdasestradas5
O caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão Imagem: Reprodução/TikTok/zetrovaoavozdasestradas5

Do UOL, em São Paulo

08/09/2021 09h26Atualizada em 08/09/2021 09h26

O caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, que está foragido, postou ontem um vídeo em sua conta no TikTok em que convoca manifestantes a irem a Brasília hoje para levar pedidos de impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ao Senado.

"Amanhã [hoje], na frente do Senado Federal, todo o povo que está em Brasília todos juntos amanhã vai (sic) acompanhar, por favor, a comitiva que vai entregar lá no Senado o pedido, a exigência, a determinação popular, do impeachment dos ministros. E amanhã também será entregue para o presidente da República o mesmo pedido para que algum dos órgãos tome a sua ação imediata. (...) Essa semana tem que resolver o problema do Brasil, que eu não aguento mais ficar nessa merda aqui, não. Eu quero voltar a ter minha liberdade e o povo também", disse ele na gravação.

No fim do mês passado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu rejeitar o pedido de impeachment apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Foi a primeira vez que um presidente da República pediu o afastamento de um ministro do STF — que, em nota, repudiou o ato. Apenas o presidente do Senado poderia dar início ao processo.

Prisão solicitada pela PGR

Apesar da crítica ao STF, a prisão de Zé Trovão foi solicitada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinada por Moraes, na última sexta-feira (3). Apoiador de Bolsonaro, ele é acusado de promover a incitação de atos violentos contra o Congresso Nacional e STF por meio das redes sociais. Ele teria descumprido ordens cautelares determinadas anteriormente por Moraes.

Após ser alvo do mandado de prisão, o caminhoneiro afirmou que não cometeu nenhum crime e que os ministros do STF "vão sair de suas cadeiras".

No sábado (4), ele publicou um vídeo em suas redes sociais em que disse que estaria na Avenida Paulista durante a manifestação que ocorreu ontem e ainda mandou uma mensagem para o ministro: "que tal você mesmo vir à Paulista no dia 7 de setembro e me prender?"

O ato na capital paulista contou com a presença de Bolsonaro. Em discurso, o presidente declarou abertamente que não respeitará "qualquer decisão" de Moraes, incitando seus apoiadores contra o STF. O mandatário ainda xingou o magistrado de "canalha" e pediu sua saída diante de cerca de 125 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.

Moraes é responsável por inquéritos que apuram o financiamento e a organização dos atos antidemocráticos realizados por aliados do presidente neste 7 de setembro, feriado da Independência. O magistrado também conduz a investigação que apura ameaças e notícias falsas que miram os integrantes do STF.

Em São Paulo, o presidente repetiu o discurso golpista que já adotara pela manhã em Brasília. Suas falas foram recebidas como ameaça por ministros do Supremo. O presidente do STF, Luiz Fux, vai fazer um discurso no plenário hoje, antes da sessão de julgamentos, em resposta aos ataques do presidente.