Familiares de vítimas de covid-19 vão a atos e pedem saída de Bolsonaro
Aliny Gama
Colaboração para o UOL, em Maceió (AL)
02/10/2021 14h38Atualizada em 02/10/2021 20h26
Pessoas que perderam familiares vítimas da covid-19 participaram dos protestos realizados hoje (2) em diversas capitais do país. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, as falas se resumem ao pedido de saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e críticas às ações negacionistas do governo.
A turismóloga Gisele Soares de Sousa, 54, e a filha, Milla de Sousa Carvalho, 19, foram às ruas hoje em Macaé (RJ), depois de ter tomado as duas doses da vacina contra a covid-19 e perder o marido e o pai, respectivamente, vítima da covid-19. As duas usaram máscaras PFF2 e álcool 70%, além de terem mantido distanciamento, para se protegerem na manifestação.
O luto ainda é presente na família, com a perda do engenheiro mecânico Manoel Ricardo Rezende de Carvalho, 59. Ele faleceu em 23 de maio de 2020 vítima da covid-19. A viúva destaca que se o governo "não fosse negacionista" teria evitado tantas mortes por covid-19 no Brasil.
"A ideia do cartaz é eu avisei! Graças a Deus, a CPI está mostrando claramente a corrupção e comportamento deste governo em relação à pandemia. Se o governo não fosse negacionista, talvez a gente tivesse poupado muitas vidas e tivesse em outra condição", destaca Gisele.
Ela levou um cartaz para a manifestação com a seguinte mensagem: "obrigada, CPI por provar ao país a corrupção e maldade deste desgoverno. Mais de 600 mil mortos. Fora Bolsonaro".
Já Milla de Sousa Carvalho, estudante de letras, levou um cartaz enaltecendo a ciência, a vacina e o SUS. No cartaz ela pede que as pessoas usem máscara e reforça a crítica ao governo com a frase "fora Bolsonaro."
A professora Joaquina Duarte, 48 (foto abaixo), colocou uma máscara cirúrgica e a PFF2 para se proteger e saiu às ruas no protesto contra Bolsonaro em Belo Horizonte. Ela perdeu o filho, Giulianno Gonçalves Albano, 29, acometido pela covid-19 no dia 7 de abril deste ano.
Ela destaca que estar no protesto é lutar contra o negacionismo e critica que o filho, caso tivesse tido oportunidade de ser vacinado contra a covid-19 não teria morrido vítima da doença.
"Estar aqui significa a luta contra o negacionismo, contra a política que impediu que meu filho e tantos outros pudessem ter se vacinado." "Esse governo retirou a chance do meu filho de seguir a sua profissão, de constituir uma família, de conhecer novos lugares e pessoas. E nos tirou o convívio da sua beleza, da sua educação e gentileza", afirma Duarte, que é diretora da Escola Estadual Machado de Assis.
Manifestações contra Bolsonaro pelo Brasil em 2 de outubro
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2.out.2021 - Concentração para protesto contra Jair Bolsonaro em Recife
2.out.2021 - No Rio, casal exibe cartaz com frases em inglês criticando o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que seria o "vírus mais perigoso para o mundo". "Salvem os brasileiros. Fora, monstro", diz a mensagem
2.out.2021 - Botijão de gás gigante inflável é utilizado em manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio. A crítica ao preço do produto e de outros itens tem sido constante nos atos pelo Brasil
2.out.2021 - Vestido como personagem da série "La Casa de Papel", manifestante protesta contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ao fundo, manifestante faz referência à marca de cerca de 600 mil mortes pela covid-19 no Brasil
Manifestantes protestam no Largo do Rosário, região central de Campinas (SP), na manhã deste sábado (2), para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro
Com bandeiras do Brasil, manifestantes participam de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã deste sábado, no centro do Rio
O pré-candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes, comparece ao protesto contra o governo de Jair Bolsonaro, no Rio. Na foto, ele aparece junto com os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), de amarelo, e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), de camiseta preta
2.out.2021 - A alta dos preços tem sido um dos pontos principais nos protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Um botijão de gás e um saco de arroz foram inflados na avenida Paulista, em São Paulo
2.out.2021 - No início da tarde, manifestantes começaram a chegar à avenida Paulista, local de ato contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
2.out.2021 - Protesto na avenida Paulista, em São Paulo, foi organizado por partidos, movimentos sociais e sindicalistas, que reforçaram as críticas ao governo Bolsonaro
2.out.2021 - Em Macaé (RJ), Milla de Sousa Carvalho e a mãe, a turismóloga Gisele Soares de Sousa, que perderam o pai e o marido, respectivamente, para a covid-19
2.out.2021 - O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), em manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro
Manifestantes carregam boneco com a imagem do presidente Jair Bolsonaro e uma faixa escrita "genocida" em ato realizado na avenida Paulista, em São Paulo
NELSON ALMEIDA / AFP
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Grupo carrega faixa em que diz que "Black bloc é resistência", durante ato que protesta contra o presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo
Herculano Barreto Filho/UOL
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Mulher carrega criança em ato contra o presidente Jair Bolsonaro, na avenida Paulista, em São Paulo
Herculano Barreto Filho/UOL
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Manifestantes participam de protesto contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), neste sábado, 02, em frente ao Teatro Carlos Gomes, em Blumenau, Santa Catarina.
DENNER OVIDIO/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO
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Ciro Gomes (PDT-CE), que é pré-candidato à presidência da República nas eleições do ano que vem, participa de protesto contra Jair Bolsonaro neste sábado (2), no centro do Rio de Janeiro
VANESSA ATALIBA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Gleisi Hoffmann também participa de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista (SP), neste sábado (02). Ela usou uma máscara de proteção facial vermelha, e escrita "Fora Bolsonaro"
AGATHA GAMEIRO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Um dos protagonistas dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o petista José Dirceu também participou do ato contra Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo. Ele vestiu a camisa "Geração 68 - Sempre na Luta", referindo-se ao movimento criado por quem, em 1968, participou da resistência contra um endurecido regime pós-Ato Institucional nº 5, o AI-5
GUILHERME GANDOLFI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Imagem do presidente Bolsonaro é queimada durante protestos exigindo sua renúncia, em São Paulo, Brasil. Protestos no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Brasília, além de uma centena de cidades, foram convocados pela "Campanha Nacional Fora com o Bolsonaro", apoiada por uma dezena de partidos de esquerda, centrais sindicais e o grupo Direitos Já! que reúne lideranças de 19 bancos
Nelson Almeida/AFP
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Imagem do presidente Bolsonaro é queimada durante protestos exigindo sua renúncia, em São Paulo, Brasil. Protestos no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Brasília, além de uma centena de cidades, foram convocados pela "Campanha Nacional Fora com o Bolsonaro", apoiada por uma dezena de partidos de esquerda, centrais sindicais e o grupo Direitos Já! que reúne lideranças de 19 bancos
Nelson Almeida/AFP
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Bandeiras vermelha e verde e amarelo levadas por manifestantes se misturam em protesto contra Bolsonaro em Curitiba (PR); ato realizado em várias cidades do Brasil reuniu uma dezenas de partidos de esquerda e de centro direita
LUIS PEDRUCO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também virou alvo de manifestantes insatisfeitos com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Em um dos cartazes, na Avenida Paulista, a seguinte frase: "Arthur Lira é conivente"
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