Deputados pedem saída de Roberto Jefferson do comando do PTB
Um grupo composto por cinco deputados federais e um deputado estadual pede o afastamento de Roberto Jefferson da presidência do PTB, além de toda a direção nacional da sigla, devido aos ataques feitos pelo ex-parlamentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) e pelo uso "indevido" do fundo partidário.
Roberto Jefferson está detido no complexo prisional Bangu 8, no Rio de Janeiro, desde agosto, após ter pedido de prisão autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Desde então, a presidência do PTB está ocupada de forma interina por Graciela Nienov.
De acordo com informações do jornal O Globo, os seis parlamentares protocolaram o pedido de afastamento no TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal). No texto, os deputados acusam Roberto Jefferson de ter transformado a sigla em um "feudo pessoal" e fazer uso de canais oficiais de comunicação do partido como "instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado Democrático de Direito". Devido a esses motivos, eles solicitam que a Justiça afaste com urgência o ex-deputado, tendo em vista o "indubitável perigo de dano que agravaria ainda mais os prejuízos irreparáveis já sofridos pelo partido".
O pedido é assinado pelos deputados federais Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Pedro Geromel (PTB-CE), Wilson Santiago (PTB-PB), Emanuel Pinheiro (PTB-MT) e José Costa (PTB-PA), além do estadual Antônio Albuquerque (PTB-AL), que também é presidente do PTB em Alagoas.
Em nota ao UOL, a assessoria de imprensa de Roberto Jefferson afirmou que o ex-deputado é vítima de uma "tentativa de golpe" armada dentro do partido, liderada por Antônio Albuquerque, que visa "derrubar a atual Comissão Executiva Nacional e o Diretório Nacional, com o objetivo" de assumir a legenda.
A assessoria confirmou que o "grupo conspirador" acionou a Justiça de Brasília para afastar o atual presidente do PTB, para que o deputado alagoano possa "tomar o poder pela via judicial".
"Não há qualquer cabimento [nesta] nova ação que o grupo conspirador pretende levar à frente. Temos certeza de que o judiciário não dará voz a quem pretende derrubar no tapetão a Executiva Nacional eleita democraticamente pelos integrantes do partido", completou.
O UOL entrou em contato com o deputado estadual Antônio Albuquerque, mas ainda não obteve retorno. Quando a resposta for enviada, esta matéria será atualizada.
Roberto Jefferson está preso
O ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, está preso desde agosto por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, no âmbito das investigações sobre atos antidemocráticos. Ele é suspeito de envolvimento com uma milícia digital, que atenta contra a democracia.
Jefferson solicitou um habeas corpus, que foi negado pelo plenário do Supremo. O ex-parlamentar tentou converter a prisão em domiciliar, alegando problemas de saúde, mas esse pedido também foi negado.
Recentemente, Roberto Jefferson deixou a prisão para ser internado no Hospital Samaritano da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para tratar uma infecção urinária e também passou por uma cirurgia de cateterismo, mas já retornou para o complexo prisional.
Durante o período em que esteve na unidade hospitalar, o ex-deputado gravou um vídeo em que aparece orando "em desfavor do Xandão", como chama Alexandre de Moraes. Em resposta enviada ao STF, que cobrou explicações sobre a gravação, ele provocou o ministro, e disse que as imagens foram feitas na manhã em que retornaria à cadeia. Logo, as restrições impostas pelo magistrado não valeriam mais.
"O vídeo foi produzido dentro das dependências do Hospital Samaritano da Barra, no dia 14/10/2021, pela manhã; que trata-se do salmo 109, versus 6 até 19 da Bíblia Sagrada, 'a maldição sobre os ímpios e perversos', que produziu em função da decisão do Ministro ter perdido a eficácia", afirmou. "A lei da mordaça perdurou tão somente enquanto a internação hospitalar; voltando para o presídio, a mesma perdeu seu objetivo", acrescentou.
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