Bolsonaro diz a apoiadores estar gripado, mas vai a eventos presenciais
Sem estar vacinado contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada que está gripado. Mesmo assim, o chefe do Executivo federal compareceu a dois eventos presenciais no período da manhã e não usou máscara de proteção ao discursar.
Especialistas em Saúde Pública recomendam, em caso de sintomas gripais, o isolamento ao menos até a realização de um teste para covid-19, com resultado negativo. O presidente, na conversa com apoiadores, não disse se pretende realizar o exame. Ele também não utilizava máscara no momento da fala e se aproximou das pessoas para tirar fotos.
O primeiro evento da agenda do presidente foi o 5º Fórum Nacional de Controle, do TCU (Tribunal de Contas da União). Nele, Bolsonaro disse que construiu um bom relacionamento com o órgão, cuja função é de controle externo do governo federal. Na sequência, o mandatário participou do leilão do 5G e fez elogios ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dia após a aprovação da PEC do Precatórios em primeiro turno.
De acordo com a agenda oficial divulgada pelo governo, à tarde, Bolsonaro terá despachos com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.
Único líder do G20 não vacinado
Bolsonaro retornou da Itália nesta semana após participar da reunião de cúpula do G20. Único líder do grupo não vacinado contra a covid-19, ele defendeu o combate à pandemia como prioridade global aos líderes do bloco, que reúne as maiores economias do planeta.
Nos últimos meses, Bolsonaro tem afirmado repetidas vezes não ter se imunizado, mas a informação oficial não está disponível porque o governo impôs sigilo de 100 anos sobre o cartão de vacinação dele.
Contrariando o entendimento de especialistas, Bolsonaro sugeriu em diversas oportunidades que estaria imune ao coronavírus por já ter contraído a doença.
Cientistas, porém, afirmam que pessoas que já tiveram covid-19 apresentam IGG positivo, mas que isso não garante a imunidade contra a doença, já que o teste não consegue medir se os anticorpos estão funcionais nem a capacidade de neutralizar a entrada do vírus nas células. De acordo com os especialistas, a melhor forma de se proteger da doença é se vacinando - o que Bolsonaro, aos 66 anos, se recusa a fazer.
A OMS afirma que a "maioria das pessoas infectadas com Sars-CoV-2 desenvolvem uma resposta imune nas primeiras semanas, mas ainda estamos aprendendo o quão forte e duradoura é essa resposta imune, e como ela varia entre diferentes pessoas, acrescentando que "mesmo que você tenha tido uma infecção anterior, a vacina age como um reforço que fortalece a resposta imune."
Em entrevista ao Projeto Comprova, a professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Cristina Bonorino explica que, no caso da infecção natural, o microorganismo evolui para escapar das respostas imunes do hospedeiro, e por isso nem sempre a imunidade deixada após a infecção é eficaz e duradoura.
"As vacinas, por outro lado, focam em estimular mecanismos importantes para controlar a multiplicação do microorganismo no indivíduo, sem a desvantagem do que acontece na infecção natural. Vacinas, portanto, geram respostas mais eficazes que a infecção natural", comenta a especialista.
* Com Estadão Conteúdo
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