Topo

Esse conteúdo é antigo

É inaceitável Bolsonaro ter ido à Bahia para fazer politicagem, diz Villa

Do UOL, em São Paulo

13/12/2021 13h12Atualizada em 13/12/2021 14h02

Para o historiador Marco Antonio Villa, colunista do UOL, é "inaceitável" que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha ido a áreas devastadas por enchentes no sul da Bahia com o intuito de fazer "politicagem".

"O que ele fez nas visitas às zonas afetadas é um ato criminoso", disse Marco Antonio Villa ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL. "Ele não tem noção de solidariedade, de pertencimento."

É inaceitável ele (Bolsonaro) ir para fazer politicagem, no pior sentido da expressão. Ele não tem nenhuma noção de solidariedade, de pertencimento e de humanidade. Marco Antonio Villa, colunista do UOL

De acordo com a Defesa Civil da Bahia, sete pessoas já morreram em decorrência das fortes chuvas no sul do estado, e 3,7 mil estão desabrigadas, segundo o Corpo de Bombeiros estadual.

Bolsonaro esteve ontem na região afetada pelas fortes chuvas para ver de perto a situação. A ida ao estado, porém, acabou se transformando em um ato com apoiadores.

Em Itamaraju (BA), Bolsonaro acenou em carro aberto, tirou selfies com apoiadores e fez transmissões ao vivo nas redes sociais. No município, a equipe da TV Bahia, afiliada da TV Globo, chegou a relatar agressões por parte de seguranças do presidente.

Em uma entrevista coletiva depois de visitar a cidade, Bolsonaro aproveitou para atacar o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e medidas de distanciamento social impostas por outros gestores estaduais para conter a pandemia de covid-19.

"Também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores, inclusive o da Bahia, fecharam o comércio e obrigaram o povo a ficar em casa", declarou.

Hoje mais cedo, em entrevista ao UOL News - Manhã, Rui Costa criticou o "ato político" de Bolsonaro e chamou de "ridícula" a liberação do FGTS (Fundo de Garantia e Tempo de Serviço) à população afetada pelas enchentes.

"Se não fosse trágico, era piada. FGTS pertence ao cidadão. O que ele está liberando é dinheiro do cidadão", criticou Rui Costa. "Bolsonaro não tem nenhum sentimento de humanidade, de empatia", lamentou.

Para Villa, "em uma tragédia dessa, independente de quem é o governador", Bolsonaro deveria "olhar o cidadão e a cidadã que perdeu seus bens, seus entes".

"Muitos vão ter enormes dificuldades para reconstruir o que tinham, são pessoas muito pobres", pontuou o colunista do UOL. "Esse homem (Bolsonaro) é criminoso. Ele tem ódio", criticou.

Com notícias, opiniões e entrevistas, o UOL News - Tarde, apresentado por Fabíola Cidral, vai ao ar de segunda a sexta-feira, às12h (horário de Brasília), no Canal UOL. O programa pode ser acompanhado ao vivo pelo UOL Play e pelo canal do UOL no YouTube.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.