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Bolsonaro libera R$ 700 milhões para ajudar população afetada por chuvas

Valor representa apenas 35% do custo total que a Bahia precisa para reconstruir as estruturas destruídas pelas chuvas, segundo o governador Rui Costa - Fernando Vivas/Governo da Bahia
Valor representa apenas 35% do custo total que a Bahia precisa para reconstruir as estruturas destruídas pelas chuvas, segundo o governador Rui Costa Imagem: Fernando Vivas/Governo da Bahia

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

31/12/2021 16h04Atualizada em 31/12/2021 18h38

O presidente Jair Bolsonaro (PL) liberou hoje R$ 700 milhões para a assistência social à população de áreas afetadas pelas fortes chuvas, como na Bahia e em Minas Gerais. A Medida Provisória editada por Bolsonaro que abre crédito extraordinário no valor de R$ 700 milhões para uso do Ministério da Cidadania foi publicada hoje em edição extra do Diário Oficial da União.

O valor representa apenas 35% do custo total que a Bahia precisa para reconstruir as estruturas destruídas pelas chuvas, segundo o governador Rui Costa. Ele disse ontem, quinta-feira (30), durante visita a municípios da região sul, que serão necessários R$ 2 bilhões para recuperar casas, rodovias estaduais e federais, além do custo social de moradores e comerciantes que perderam móveis, eletrodomésticos e mercadorias.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que "a medida visa o enfrentamento das consequências das fortes chuvas que acometeram diversas regiões do Brasil, principalmente os estados da Bahia e de Minas Gerais, que deixaram milhares de pessoas desabrigadas ou desalojadas, em decorrência de alagamentos, deslizamentos de terra e danos à infraestrutura local, com interdição de estradas, quedas de pontes e viadutos e interrupção de fornecimento de energia elétrica e água potável".

O dinheiro será dividido da seguinte maneira:

  • R$ 200 milhões para a distribuição de alimentos a grupos populacionais tradicionais e específicos;
  • R$ 500 milhões para a estruturação da rede de serviços do Sistema Único de Assistência Social.

O valor a ser investido em cada cidade ou estado não foi divulgado. A pasta informou que a abertura do crédito extraordinário não afeta o teto de gastos nem o cumprimento da meta de resultado primário.

A Defesa Civil da Bahia divulgou que aumentou ontem para 25 o número de mortos no estado por causa das fortes chuvas que acometem a região. De 163 cidades afetadas pelos temporais, 151 estão em situação de emergência.

A quantidade de pessoas feridas aumentou para 517. Ao menos 643.068 pessoas foram atingidas pela tragédia, que tirou 91.806 delas de suas casas; 37.035 estão completamente desabrigadas.

Ação acontece após críticas por folga em SC

A ação do governo federal acontece após série de críticas ao presidente Bolsonaro pelo fato de ele não ter interrompido a folga em Santa Catarina para sobrevoar novamente as áreas atingidas pelas enchentes.

Bolsonaro foi à Bahia em 12 de dezembro para sobrevoar cidades atingidas pelas fortes chuvas. Contudo, as áreas afetadas e os danos sofridos pela população aumentaram desde então.

O mandatário já declarou que não pretende abandonar seu período de descanso. A previsão é que ele retorne a Brasília na semana que vem.

Criticado nas redes sociais após visita feita ontem ao parque de diversões Beto Carrero, em Penha (SC), Bolsonaro publicou um vídeo no seu canal do Telegram alegando que "sempre visitou e prestou apoio imediato" a locais atingidos por desastres.

A visita ao Beto Carrero ocorreu menos de 24 horas após o presidente recusar ajuda humanitária do governo da Argentina na Bahia.

O país vizinho ofereceu o envio de profissionais de saneamento, logística e apoio psicossocial para as vítimas do desastre. Para justificar a recusa, o governo federal afirmou que os recursos financeiros oferecidos pela União "são suficientes" para enfrentar a situação de emergência.

A decisão foi duramente criticada pela oposição e pelo governo da Bahia, comandado pelo governador petista Rui Costa. Este disse que aceitaria ajuda sem interferência do governo federal, que rebate a possibilidade.

Mesmo com a ponderação de que uma nova ida às áreas afetadas por enchentes na Bahia poderia ajudar a amenizar críticas e ser boa para a imagem do presidente, parlamentares governistas procurados pelo UOL defenderam a decisão dele de não encerrar a folga.