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Fábio Faria processa Ernesto Araújo por calúnia e difamação

Colaboração para o UOL

20/01/2022 13h45Atualizada em 24/01/2022 16h23

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, informou hoje, pelas redes sociais, que processou o ex-chanceler Ernesto Araújo por calúnia e difamação. A ação será analisada pela 7ª Vara Criminal de Brasília.

"Enquanto a gente trabalha pelo Brasil, uns só atrapalham. A partir de agora, mentiras e teorias esdrúxulas, fruto de criações mentais, serão tratadas na justiça", escreveu o deputado federal licenciado pelo PP.

Nas redes sociais, Ernesto Araújo acusou o ministro das Comunicações de "perseguir conservadores" e de usar "indevidamente o Poder Judiciário como mordaça ao debate". Ele também afirma que Faria está do lado da "velha política" e o aponta como personagem "decisivo para diluir e enfraquecer" o projeto liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, em 2018.

Só não vê de que lado você está quem não quer. Você está do lado da velha política, contra o projeto transformador que o povo brasileiro escolheu em 2018 na figura do Presidente Jair Bolsonaro. Em um ano e meio no Ministério, você foi decisivo para diluir e enfraquecer aquele projeto e agora vem tentar calar - com medidas judiciais improcedentes - aqueles que, como eu, ainda sonham com um Brasil diferente do seu. Mas não se preocupe, jamais me deixarei intimidar e continuarei dizendo a verdade. Ernesto Araújo, em seu perfil no Twitter

Em nota enviada ao UOL, a assessoria do Ministério das Comunicações diz que a queixa-crime teve como motivação "declarações feitas pelo ex-ministro das Relações Exteriores durante o programa Conserva Talk", no YouTube.

"Na ocasião, o ex-ministro proferiu imputações ofensivas contra o ministro de Estado das Comunicações, Fábio Faria, insinuando que o mesmo tenha prevaricado em relação à condução do leilão do 5G, além de acusá-lo de estar atuando em benefício de país estrangeiro. O caso será tratado na Justiça", afirma.

Na última segunda-feira (17), os ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) fizeram críticas, durante uma live, à aliança do presidente com os partidos do centrão.

As críticas ao centrão começaram quando o líder religioso Silas Malafaia disse que os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações) não fizeram esforço para aprovar a indicação do nome de André Mendonça para STF (Supremo Tribunal Federal). A indicação demorou quatro meses e meio para ser analisada pelo Senado.

O ex-chanceler reforçou as críticas do colega que comandava a pasta da Educação. Araújo pediu demissão em março do ano passado por pressão do Congresso.

"E o que aconteceu quando o centrão começou a dominar o governo e pautar o governo? Fui cada vez mais isolado e tirado da capacidade de levar adiante essa política externa transformadora. Esse centrão que veio aí é um centrão que acha que a política externa é fazer tudo o que a China quer", disse.

Impeachment de Bolsonaro

Abraham Weintraub disse, ontem, que o presidente se aliou ao centrão para evitar a abertura de um processo de impeachment contra ele no Congresso Nacional.

"A gente não é alinhado ao centrão, a gente não gosta do centrão e isso ficou muito claro. Só que eu acho que o presidente tomou a decisão estratégica que ele acreditava ser a mais eficiente. Naquele momento, a ameaça era muito clara: eles [centrão] iriam iniciar o processo de impeachment. Então, nesse sentido, foi eficiente [a aliança] porque o processo de impeachment não aconteceu, mas o ponto principal, a minha dúvida é se essa estratégia vai resultar na garantia da pouca liberdade que resta no Brasil para as nossas famílias?", opinou ao Jornal Jovem Pan, da Jovem Pan News.

O ex-membro do governo argumentou que a aliança com o centrão foi "eficiente" para a não abertura do processo de impeachment, mas disse temer a presença do grupo político na gestão, inclusive em uma possível não reeleição do presidente.

"Eu, desde o começo, falei sobre essas minhas críticas. Pessoas que sete meses antes da eleição chamaram o presidente de fascista entram assim [no governo]. Eu não teria a habilidade para fazer, eu não confiaria em pessoas como eles. Mas o presidente Bolsonaro foi eleito, é a pessoa responsável por isso. Desde o começo eu falo que torço para o presidente estar certo, quero que acerte e consiga tirar o Brasil de uma situação muito difícil. A única coisa é que eu não confio no centrão, eu o acho complicadíssimo para dizer o mínimo."