MPF critica PF por se negar a compartilhar filmagens de Daniel Silveira
O MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro fez um requerimento endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para que a PF (Polícia Federal) compartilhe imagens referentes ao caso do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).
Os vídeos são do dia da prisão do parlamentar bolsonarista nas dependências da Polícia Federal, a fim de investigar o acesso de Silveira a dois celulares quando estava detido.
O documento protocolado ontem ao STF é datado de setembro de 2021 e, nele, o coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Rio, Eduardo Benones, se mostra crítico de como a PF conduziu o caso, especialmente na negativa dos pedidos já feitos para o compartilhamento das imagens.
Segundo Benones, há "um desrespeito por parte das autoridades policiais federais" com o MPF e negar as solicitações sobre os vídeos está obstruindo o "o controle externo da atividade policial qual previsto na Constituição".
Em março de 2021, a PF havia informado ao STF de que, segundo imagens de câmeras, dois assessores foram vistos entregando os aparelhos telefônicos para o deputado, deixando "explícito que houve conluio" entre Silveira e seus funcionários.
Na época, a defesa do parlamentar afirmou que "não houve em nenhum momento entrada dissimulada de aparelho".
Prisão de Daniel Silveira
Em 16 de fevereiro de 2021, o deputado Daniel Silveira foi preso pela primeira vez, após publicar um vídeo nas redes sociais defendendo o AI 5, instituído na época da ditadura militar no Brasil, e criticando ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes. Ele ficou na prisão por sete meses.
Pouco mais de um mês depois de deixar o centro de detenção, Silveira posou para fotos com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e pivô do escândalo da rachadinha, em um evento bolsonarista, em dezembro.
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