PDT volta a defender urna eletrônica com 'impressão automática' do voto
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, reiterou hoje a defesa ao voto impresso como medida para contrapor possíveis vulnerabilidades da urna eletrônica.
"Nós do PDT temos uma posição histórica sobre a urna eletrônica. Achamos, desde a sua introdução, há mais de 20 anos, que a urna deveria ter a impressão do voto numa impressora, para se conferir o voto. Não aconteceu até agora. Aceitamos que seja feito com 10% desse total de urnas eletrônicas", disse Lupi.
Em seu posicionamento, o dirigente do PDT destacou que acredita na independência TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e criticou o presidente Jair Bolsonaro, que tem feito reiterados ataques às urnas, levantando dúvidas sobre a segurança do equipamento.
"Bolsonaro quer ameaçar a democracia. Ele quer levar à suspeição sobre a sua derrota certa. Acreditamos no TSE, acreditamos na lisura e na imparcialidade da corte. O PDT não aceitará golpe, sobretudo de Bolsonaro", afirmou o presidente do PDT.
O presidente chegou a pressionar pela aprovação da PEC do Voto Impresso no passado. A proposta é semelhante ao que defende Carlos Lupi. O texto foi rejeitada pelo Congresso Nacional.
Para Lupi, existe uma diferença expressiva entre pedetistas e bolsonaristas, pois a pauta do PDT, segundo ele, é sustentada nos princípios do estado democrático de direito. "O que Bolsonaro quer é o retorno ao voto com cédulas de papel. Nunca vamos defender isso."
No ano passado, Lupi já havia defendido a impressão do voto em urna eletrônica.
"Isso serve para conferir o voto. É o segredo da democracia: a possibilidade de recontagem e conferência de voto. Não é porque direitistas defendem hoje a impressão do voto que vamos deixar de defender", falou Lupi em vídeo publicado em maio de 2021.
Procurados pelo UOL, o Palácio do Planalto e a deputada Bia Kicis, autora da PEC do Voto Impresso, não haviam se manifestado até a última atualização desta reportagem.
O TSE, responsável pela organização das votações brasileiras, refuta as acusações de vulnerabilidade do sistema eletrônico.
"O voto impresso sairia da mesma urna eletrônica que estaria sob suspeita. Portanto, quando se frauda o eletrônico, frauda-se também o impresso. Duvidar do voto eletrônico, mas confiar no impresso é um paradoxo", afirmou a Corte eleitoral em nota.
TSE defende urnas
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu divulgar nesta semana todas as respostas que deu às Forças Armadas, em defesa da urna eletrônica. Leia aqui a íntegra do documento, de cerca de 700 páginas, sobre o sistema de votação eletrônico no Brasil.
A divulgação contrariou pedido das Forças Armadas para que o material fosse mantido em segredo.
De acordo com a Corte eleitoral, a decisão de tornar público esse conteúdo foi tomada, em conjunto, pelos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
"Levou-se em conta que as informações prestadas às Forças Armadas a respeito do processo eletrônico de votação são de interesse público e não impactam a segurança cibernética da Justiça Eleitoral."
Indagado sobre a mudança de procedimento quanto a totalização dos votos, enviando diretamente ao TSE, a Corte informou que "considerados os benefícios da centralização (maior economicidade e maior segurança) e a partir do relatório de peritos da Polícia Federal corroborando os benefícios da medida, o TSE implantou a centralização da totalização dos resultados a partir das Eleições 2020".
Em resposta a outra pergunta, sobre "como garantir que eleitores que apresentaram justificativa eleitoral em razão de impedimento para comparecer no dia da votação, não constem como votado numa determinada eleição", a Corte eleitoral disse que "não é possível conhecer no momento da votação se o eleitor já apresentou justificativa em outro município" por ser desconectada de qualquer tipo de rede de dados.
A divulgação foi feita uma semana antes de Barroso deixar a presidência do tribunal.
Em seu lugar, assumirá Fachin. Em agosto, Fachin atinge seu tempo-limite no TSE —que, para integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal), é de no máximo quatro anos consecutivos. E quem irá sucedê-lo na presidência será Moraes.
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