'Príncipe' lamenta tragédia em Petrópolis e recebe críticas por laudêmio
Bertrand de Orleans e Bragança, autoproclamado príncipe imperial do Brasil e descendente da família que já liderou o país, lamentou as fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Até agora, a Defesa Civil confirmou mais de 140 mortes em decorrência do temporal.
No comunicado, publicado em seu site e nas redes sociais, Orleans e Bragança diz que o momento é "de grave dificuldade" e agradece pelo "trabalho incansável" de bombeiros, policiais, médicos e enfermeiros, bem como o de beneméritos particulares.
A Família Imperial, tão estreitamente ligada a Petrópolis, encontra-se sempre disposta a servir ao seu povo, oferecendo ainda nossas orações e solidariedade a todos os que vêm sofrendo. Rogo a Deus Nosso Senhor, por intercessão do Padroeiro São Pedro de Alcântara, que proteja e dê alento à boa gente petropolitana nesta hora de aflição e necessidade."
Trecho da nota divulgada pelo príncipe imperial
Apesar da carta e das palavras de pesar, internautas citaram, nos comentários, uma taxa imobiliária —denominada "laudêmio"— que é paga a herdeiros da antiga família imperial. Os leitores disseram que, no comunicado, emitido na sexta-feira (18), o príncipe não diz se fará algum tipo de doação à cidade.
O laudêmio é recolhido pela CIP (Companhia Imobiliária de Petrópolis), criada para gerir a herança e administrada por dez integrantes da família Orleans e Bragança. A companhia é a responsável por cobrar a taxa na área da antiga Fazenda Imperial, formada por terrenos comprados por dom Pedro 1º a partir de 1830 e, depois, por seu filho, dom Pedro 2º. Ela compreende grande parte da área central de Petrópolis, epicentro do desastre natural. A propriedade da antiga fazenda é a base legal para a "taxa do príncipe" de 2,5% sobre todas as transações imobiliárias na área.
"Ele [o príncipe] tem que abrir mão uma vez que a cidade está em frangalhos e vai precisar de ajuda para reconstrução... um imposto pago para a família "imperial", é dever dela ajudar neste momento", disse um dos internautas. "A mesma cidade cobra um imposto sobre os imóveis vendidos na região, que até hoje beneficia 'herdeiros da família imperial' e nunca foi destinada à população local. Uma taxa que existe porque, no século XIX, D. Pedro II resolveu assentar sua residência de verão na Serra de Petrópolis", reclamou outro.
Mais cedo, na sexta, Bertrand já havia dito, também nas redes sociais, que sua "família imediata não recebe quaisquer quantias referentes ao laudêmio".
Bertrand integra o chamado "ramo de Vassouras", de descendentes de dom Luis de Orleans e Bragança, filho da princesa Isabel e irmão de dom Pedro de Alcântara, que deu início ao "ramo de Petrópolis", do qual fazem parte os sócios da CIP.
"Meu saudoso pai, o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1921 e 1981, vendeu todas as suas ações da dita Companhia Imobiliária ainda na década de 1940", escreveu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.