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Sakamoto: Carlos Bolsonaro precisa dizer se foi à Rússia manipular eleições

Colaboração para o UOL

15/03/2022 09h05Atualizada em 15/03/2022 13h34

Na avaliação do jornalista Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, o governo federal precisa esclarecer o motivo pelo qual o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) viajou ao lado do pai à Rússia, quando o presidente se encontrou com Vladimir Putin.

"A questão que está em jogo é menos pelo custo da viagem em si, e mais pelas reais motivações da viagem do 'vereador federal'. Para o presidente da República é extremamente positivo que todo mundo acredite que ele foi para lá cuidar das redes sociais. A desconfiança de muitos da oposição é que ele foi ter reuniões com o governo russo, que é especialista em ataques digitais, manipulação de eleições", avaliou, ao UOL News hoje.

Numa série de documentos enviados ontem ao STF (Supremo Tribunal Federal), a Presidência da República afirmou que a ida de Carlos à Rússia no mês passado não gerou custos ao governo federal. O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) integrou a comitiva que acompanhou o encontro com o presidente Vladimir Putin.

Conforme mostrou o UOL na semana passada, a viagem da comitiva à Rússia custou R$ 1,2 milhão, sem contar os gastos do presidente.

"Carlos Bolsonaro foi para a Rússia para conseguir ajuda para manipular as eleições de 2022? Essa é a resposta que está pendente", acrescentou Sakamoto.

Governo não tem planejamento sobre combustíveis

Para Sakamoto, falta planejamento do governo Bolsonaro em relação à discussão sobre os preços dos combustíveis. A Petrobras anunciou no último dia 10 reajustes nos preços da gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha. O aumento vale para as distribuidoras e entra em vigor a partir de amanhã. O repasse para o consumidor final, afetando diretamente os preços das bombas e do botijão de gás, ainda não está definido se e quando irá ocorrer, porque depende de cada revendedor.

"Não há planejamento, não há projeto. A gente vai ao sabor das necessidades eleitorais do presidente da República. Ele passou três anos dando bravata, interferindo na Petrobras, sem propor legislação que discutisse a fundo os preços dos combustíveis", avaliou o colunista do UOL.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, na noite de sábado (12), o reajuste de até 25% no preço dos combustíveis feito pela Petrobras nesta semana. Bolsonaro disse que, com o novo aumento, a estatal "demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população".

"Lamento, porque poderia ter esperado mais um dia (para anunciar o aumento). A Petrobras demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população. É Petrobras Futebol Clube, o resto que se exploda. Se tivesse atrasado um dia", reclamou Bolsonaro, durante conversa com jornalistas no Jardim Ingá, em Luziânia, Goiás.

  • Veja as notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral: