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Weintraub culpa 'centrão-militares' por compra de Viagra nas Forças Armadas

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

12/04/2022 12h50Atualizada em 12/04/2022 14h27

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, culpou hoje o que ele chama de "aliança centrão-militares" pela compra de 35 mil comprimidos de Viagra para as Forças Armadas. O medicamento é tipicamente usado para tratar disfunção erétil.

Nas redes sociais, Weintraub defendeu a convocação de generais para explicar a compra do Viagra. "Caso a explicação não fosse muito boa, recomendaria seu rebaixamento".

"Esse é mais um exemplo da Aliança Centrão-Militares que humilha nossas Forças Armadas". Na mensagem, ele acrescentou que a maioria das pessoas nas Forças Armadas são "corretas". O tweet foi apagado minutos depois.

Print de tweet de Abraham Weintraub - Reprodução - Reprodução
Mensagem publicado por Abraham Weintraub nas redes sociais foi apagada minutos depois
Imagem: Reprodução

Os deputados federais Elias Vaz (PSB-GO) e Marcelo Freixo já anunciaram que vão acionar o MPF (Ministério Público Federal) para investigar a compra de Viagra pelas Forças Armadas.

Weintraub é ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ontem, em resposta a um seguidor, o ex-ministro lamentou ter sido preterido pelo presidente e ironizou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que recentemente defendeu a aliança entre os militares e o Centrão no governo.

Weintraub critica Bolsonaro e defende vitória de Lula

Na semana passada, circulou nas redes sociais um áudio em que Abraham Weintraub critica as alianças feitas por Jair Bolsonaro ao longo de sua gestão. Em determinado ponto, o ex-ministro parece defender a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito presidencial deste ano: "Ou é com Lula, ou a gente continua piorando".

"O presidente Bolsonaro, ao se aliar ao centrão, transformou um sonho que a gente tinha, de mudança no país, em um pesadelo. Porque hoje, ou é com Lula, ou a gente continua piorando, porque com ele [Bolsonaro] vai continuar piorando", declarou.

"Historicamente, o segundo mandato de um presidente costuma ser pior do que o primeiro, não é no Brasil, é no mundo inteiro. Um segundo mandato do presidente Bolsonaro, mais fraco do que o atual, vai ser um horror. Então hoje, eu vejo isso, o melhor cenário é ruim, e a gente tem que se preparar para a resistência", acrescentou no áudio.

Após a repercussão do áudio, o ex-ministro afirmou que "jamais apoiaria" o petista.

Marinha e Exército dizem que Viagra é usado para tratamento de hipertensão

Após a repercussão do caso, a Marinha respondeu que os processos de aquisição são para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar, "doença grave e progressiva que pode levar à morte".

O Exército também apresentou a mesma justificativa, dizendo que os hospitais da corporação, que atende os militares e seus dependentes, devem ter o medicamento para tratar a condição.

De acordo com Veronica Amado, pneumologista coordenadora da Comissão de Circulação Pulmonar da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), a dosagem de 25 mg como a do Viagra, não é a prevista na literatura para tratar a condição.