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Jornal: Arquiteta do escritório de Jair Renan falou sobre 'bolsa reforma'

Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro, é investigado por suposto tráfico de influência - Ueslei Marcelino/Reuters
Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro, é investigado por suposto tráfico de influência Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

20/04/2022 16h45Atualizada em 20/04/2022 16h56

A Polícia Federal teve acesso as mensagens que apontam que empresários foram procurados para intermediar e financiar obras em uma sala comercial de Jair Renan, quarto filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). A arquiteta Tânia Fernandes, responsável pelas obras, zombou da procura por patrocinadores, dizendo que eles iriam pedir uma "bolsa móveis e bolsa reforma". As conversas foram divulgadas pelo jornal O Globo.

Ela conversava pelo Whatsapp com o personal trainer Allan de Lucena, amigo do filho do presidente e aliado na montagem de uma empresa de eventos que fica em um camarote no estádio Mané Garrincha, em Brasília. A data dos diálogos remonta o dia 22 de maio de 2020.

As investigações na PF apuram se houve tráfico de influência por parte de Jair Renan por supostamente atuar para beneficiar, por meio do governo federal, quem patrocinasse seus empreendimentos.

Nas conversas obtidas pelo O Globo, Lucena e Fernandes explicitam a necessidade de financiadores e apontam que quando o orçamento de todos os gastos das reformas estivesse pronto seria mais fácil atrair investimentos. Neste momento que as falas sobre cotas e bolsas do poder público aconteceram.

Eles chegaram até mesmo a cogitar a possibilidade de que a conversa vazasse à imprensa e complicasse Jair Renan. "Já já sai na mídia. Filho de presidente pede Bolsa Móveis".

O que sustenta as suspeitas da PF é o fato de que um dos patrocinadores do "04" recebeu mais de 25 milhões de reais desde 2019 em contratos com o governo. Além disso, um dos empresários parceiros de Renan foi Luís Felipe Belmonte, um dos fundadores do Aliança Brasil, partido que o núcleo bolsonarista tentou criar, mas sem sucesso.

A Polícia Federal também apura se há indícios de que tentaram ocultar que as reformas realizadas no empreendimento.

A defesa de Jair Renan, bem como a arquiteta Tânia Fernandes e o personal trainer Allan de Lucena, negaram ao Globo quaisquer irregularidades. O UOL tenta contato com citados. Em caso de retorno, o texto será atualizado.