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Conselho de Ética vai investigar Eduardo Bolsonaro por caso Miriam Leitão

CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

04/05/2022 13h05Atualizada em 04/05/2022 13h38

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu hoje um processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelo caso em que ele debochou da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão.

O processo de avaliação da conduta do parlamentar foi instaurado como resultado de pedidos feitos pelos partidos PCdoB, Rede, PT e PSOL.

O relator do caso será escolhido pelo presidente do Conselho entre os três nomes que foram sorteados na reunião de hoje: Mauro Lopes (PP-MG), Pinheirinho (PP-MG) ou Vanda Milani (Pros-AC).

No início de abril, Miriam Leitão publicou um artigo no jornal O Globo na qual afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um "inimigo confesso da democracia". Em resposta, Eduardo Bolsonaro compartilhou em seu Twitter a mensagem "ainda com pena da cobra".

Segundo relatos da própria jornalista, posteriormente provados com áudios do STM (Superior Tribunal Militar), Miriam Leitão foi torturada durante a ditadura militar e em uma das sessões, foi deixada em uma sala trancada com uma jiboia por horas. Na época, Miriam estava grávida.

A colocação de Eduardo gerou revolta e parlamentares acionaram o Conselho de Ética, pedindo inclusive sua cassação.

No fim do mês, o deputado insistiu no assunto justamente durante uma sessão do Conselho de Ética, afirmando que havia apenas feito uma piada.

Pouco após os ataques de Eduardo Bolsonaro, Miriam Leitão se manifestou sobre o caso, recusando-se a citar o nome do deputado, mas agradecendo as mensagens de carinho que recebeu de amigos e fãs.

"Fui envolvida por uma onda forte, boa e carinhosa desde domingo. Eu agradeço a todas as pessoas que se manifestaram aqui e por outros caminhos. As mensagens me fortalecem e me ajudam a ter esperança no Brasil e no futuro da democracia, que nos custou tão caro", escreveu.