Governo impõe sigilo sobre funcionários de gabinete no Rio, diz jornal
O governo Jair Bolsonaro (PL) impôs sigilo de cinco anos a informações de funcionários lotados no gabinete regional da Presidência no Rio de Janeiro —o espaço foi criado no início do governo Bolsonaro para que o presidente pudesse trabalhar quando estivesse na capital fluminense, mas Bolsonaro nunca esteve no local.
As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo. A reportagem foi ao endereço do gabinete duas vezes, mas não encontrou nenhum dos quatro servidores pagos para ficar à disposição de Bolsonaro no escritório regional.
O Globo questionou o governo, via LAI (Lei de Acesso à Informação), se os servidores lotados no gabinete do Rio têm crachá da Presidência. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional), chefiado pelo ministro Augusto Heleno, informou que não poderia responder porque os dados foram classificados como "reservado", o que equivalente a 5 anos de sigilo.
Os nominados no presente pedido de informação constam no banco de dados como servidores da Presidência da República e os ativos do banco de dados dos servidores públicos, terceirizados, prestadores de serviço, estagiários, profissionais de imprensa e colaboradores voluntários, que exercem suas funções no Palácio do Planalto, estão classificados com o grau de sigilo RESERVADO.
Resposta do GSI ao pedido da reportagem de O Globo, via LAI
A reportagem do jornal O Globo também solicitou ao Ministério da Economia, responsável pelo prédio onde está localizado o gabinete no Rio, a relação de acessos dos servidores ao local de trabalho. A pasta, no entanto, afirmou não possuir registros.
O gabinete regional, instalado no Palácio do Fazenda, no centro do Rio, também abriga salas que costumam ser usadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quando ele está na cidade, segundo O Globo.
O UOL procurou a assessoria de imprensa da Presidência para comentar o assunto, mas aguardo retorno.
A manutenção de um gabinete fora do Distrito Federal por um chefe do Executivo não é novidade. Quando foi presidente, Michel Temer despachava com frequência do escritório da Presidência em São Paulo, onde ele mora atualmente.
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