Jornal: Monteiro diz que ofertou dinheiro para morador de rua cometer crime
O vereador Gabriel Monteiro confirmou hoje que ofereceu dinheiro para que uma pessoa em situação de rua praticasse um crime na Lapa, no Rio de Janeiro. Conforme mostrou o jornal O Globo, o político disse a jornalistas que a oferta era um "experimento social" e campanha contra o feminicídio.
Nesta terça-feira (21), o delegado Luis Maurício Armond, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), e o policial militar Pablo Foligno, prestaram depoimento na Câmara Municipal do Rio no processo contra Gabriel Monteiro. A Comissão de Ética apura se o vereador cometeu quebra de decoro parlamentar.
O policial, que faz parte da equipe de segurança do vereador, aparece no vídeo da simulação com o morador de rua. Segundo Pablo Foligno, era oferecido dinheiro durante os "experimentos sociais", mas não era explicado aos envolvidos exatamente os objetivos. Neste caso, o parlamentar teria oferecido R$ 400 reais ao morador de rua.
Além disso, Pablo disse aos parlamentares da Comissão que não há uma divisão clara entre as funções dos funcionários que trabalharam para o canal no YouTube de Monteiro, e assessores parlamentares.
O delegado Luis Maurício Armond explicou aos jornalistas que forjar um crime é ilegal - se tratando ou não de experimento. Segundo ressaltou, há uma exposição dos envolvidos, e lembrou que "nem todos os personagens, pelo que está sendo apurado, estariam cientes disso".
"Então não seria só uma encenação, teria a possibilidade de acontecimentos imprevisíveis. O risco é real", disse o delegado.
Armond explicou no depoimento que além de apurar o vídeo em que Monteiro e sua equipe forjam um crime de furto, o parlamentar está sendo investigado também por peculato, coação de testemunhas, suborno e estupro.
Gabriel Monteiro é acusado de quebra de decoro parlamentar, pela prática de supostos estupros e episódios de assédio sexual e moral, além de manipulação de vídeos e infração a direitos de uma adolescente que foi protagonista de um vídeo gravado por ele. Monteiro nega todas as acusações, e as atribui a adversários políticos que quereriam destruí-lo.
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