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Lula e Alckmin vão a velório de arcebispo de São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSB) durante o velório de Dom Cláudio Hummes na catedral da Sé, em São Paulo - Lucas Borges Teixeira/UOL
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSB) durante o velório de Dom Cláudio Hummes na catedral da Sé, em São Paulo Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

05/07/2022 20h07

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) compareceram ao velório de Dom Cláudio Hummes, 87, na noite de hoje, em São Paulo. Arcebispo emérito de São Paulo, ele morreu na tarde de ontem (4) em decorrência de um câncer.

Dom Cláudio está sendo velado desde ontem na Catedral da Sé, no centro da capital paulista, e será sepultado amanhã na cripta da própria igreja. O velório tem recebido a visita de fiéis, políticos e autoridades religiosas.

Com ligações com o religioso desde os anos 1970, quando era líder sindical, Lula chegou à igreja junto ao seu vice na chapa presidencial por volta das 19h30 para a última missa do dia, às 20h.

Quando os dois chegaram, a igreja tinha poucas pessoas. Lula e Alckmin passaram cerca de 15 minutos junto ao corpo e rezaram um Pai Nosso. Nenhum dos dois falou com a imprensa.

A presença de ambos já era esperada desde a manhã de hoje. No início da tarde, os dois participaram de um almoço na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e deixaram a visita para a noite.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) não se posicionou sobre a morte até o início desta noite, de acordo com a Arquidiocese de São Paulo.

Hummes foi nomeado bispo em 1975 e assumiu a diocese de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Quatro anos depois, aconteceu a greve geral dos metalúrgicos do ABC, que, em busca de melhores condições de trabalho, desafiou a ditadura militar que vigorava no país.

Lula era o presidente o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo durante o movimento, que durou 41 dias e mobilizou mais de 200 mil trabalhadores, segundo estimativas.

Dom Cláudio se posicionou contra a demissão dos grevistas e ofereceu a igreja para abrigar as reuniões deles depois da intervenção federal sobre os sindicatos.

Em 2013, o papa Francisco afirmou a jornalistas que escolheu o nome de São Francisco de Assis após ser avisado por Dom Cláudio, que estava a seu lado no momento da eleição, de que era preciso se lembrar dos pobres.

Além dos dois pré-candidatos, estiveram presentes o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), o deputado estadual Gil Diniz (PL-SP), o ex-deputado Luís Marinho, presidente estadual do PT, e o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de rua.

Velório de três dias

O público que acompanhou o velório da manhã ao fim da tarde de hoje era extremamente homogêneo. Entre fiéis, turistas, clérigos e imprensa, pessoas de diferentes idades visitaram o local.

O velório começou na noite de ontem e foi retomado hoje às 6h, com missas de duas em duas horas, até as 20h, quando será realizada a última.

Sem número ainda estimado, a arquidiocese calcula que milhares de pessoas devem passar durante os quase três dias de velório.
Dom Claudio será sepultado na cripta da própria catedral em uma cerimônia rezada pelo arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer, com a presença do governador Rodrigo Garcia (PSDB) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), às 10h.