Menos 'branco e idoso', SP tem ato com mais diversidade para fechar 11/8
Se o ato em defesa da democracia no centro de São Paulo pela manhã foi marcado por um perfil "branco e idoso", o da noite, na região da avenida Paulista, trouxe mais diversidade para as ruas. Organizado por movimentos sociais, estudantis e sindicais, a manifestação contou com a participação de mulheres, pessoas negras e indígenas. Eles bradaram pela democracia, pela saída do presidente Jair Bolsonaro (PL) do governo e pelo fim da violência do Estado.
A concentração do ato começou às 17h em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) e teve uma passeata até a praça dos Ciclistas, onde a manifestação foi encerrada após um trajeto de um quilômetro, marcado por gritos de "fora, Bolsonaro". Durante o trajeto, o policiamento ia bloqueando as faixas da avenida, sentido Consolação.
Movimentos estudantis tiveram protagonismo no ato, já que a data de hoje marca o Dia do Estudante. Na sequência, vinham os movimentos sociais e por fim os movimentos por moradia. Durante todo o ato, gritos pela democracia e contra o presidente eram entoados, com o lembrete de que aqueles que foram para a rua querem que as eleições e a urna eletrônica sejam respeitadas. Estes pontos marcaram as cartas pela democracia, que foram lidas no início do dia no centro paulistano.
"Essencial lutar"
A assistente social Clenivalda França dos Santos, 49, foi uma das mulheres negras que enfrentou o frio e a garoa para mostrar sua "indignação". "É essencial lutar pela democracia para que a gente não venha perder os nossos direitos, sejam trabalhistas, seja a questão da educação mesmo, e com essa questão muito séria do preconceito, do racismo, do assédio que a gente sofre", disse.
Para o aposentado Paulo Macambira, 73, a população precisa ocupar as ruas de novo. "A gente tem que dar a resposta na rua com mensagens diferentes, sem violência, sem golpismo. É lutar por democracia, lutar por representatividade".
"Na rua por eleições"
Simone Nascimento, 30, liderança jovem do Movimento Negro Unificado, argumenta que a presença da população nas ruas é o que vai garantir as eleições. "Se chegamos em 2022 com a possibilidade de ter eleições é porque a gente se manteve organizado, lutou na pandemia por vacina, fizemos grandes manifestações e mobilizações para reconstruir o Brasil".
Para ela, a data de hoje "inaugura um processo de luta e defesa da democracia nas eleições de 2022".
No carro de som utilizado no ato, parlamentares e candidatos da esquerda entoaram o coro contra Bolsonaro e o bolsonarismo. "Nossa luta é pela democracia, mas é também para avançar os direitos, para melhorar a vida do nosso povo", afirmou Guilherme Boulos, candidato a deputado federal pelo PSOL.
Um extenso efetivo policial foi destinado para acompanhar o ato, que seguiu pacífico do começo ao fim. Muitas crianças participaram da caminhada.
A liderança indígena Sonia Guajajara, que também é candidata a deputada federal pelo PSOL, destacou que "não podemos dizer que há democracia se há um genocídio indígena e negro em curso". "Somos nós, mulheres, indígenas, negras e da periferia, que vamos derrotar Bolsonaro."
Para setembro, estão previstos novos atos pela democracia, nos dias 7 e 10, para contrapor as manifestações favoráveis ao presidente.
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